RESUMO Objetivo: investigar possível associação entre severidade da disfunção temporomandibular, cervicalgia e limitação funcional mandibular. Métodos: estudo seccional descritivo, em 32 indivíduos com disfunção temporomandibular, categorizados de acordo com o grau de severidade segundo o Índice de Fonseca. Utilizando-se o Critérios Diagnósticos de Pesquisa em Disfunção Temporomandibular, estabeleceram-se prováveis fatores etiológicos da disfunção e a intensidade de incapacidade funcional cervical e mandibular, avaliados pelo Índice de Incapacidade Relacionada à Dor no Pescoço e Questionário de Limitação Funcional Mandibular respectivamente. Os dados obtidos foram tratados estatisticamente, adotando-se nível de significância de 5%. Resultados: a média de idade foi de 33,8 anos, sendo 90,6% pertencentes ao gênero feminino. Quanto à severidade da disfunção, 56,3% possuíam o tipo severo, sendo moderada em 28,1%. Em 93,7%, verificou-se etiologia miogênica. A cervicalgia esteve presente em 90,6% dos pacientes, dos quais 59,4% apresentaram incapacidade leve e 25% moderada. Quanto à função mandibular, houve baixa limitação em 46,9%, moderada em 40,6%, tendo sido severa em 12,5%. Houve associação estatisticamente significante entre a cervicalgia e a função mandibular (p=0,011). Contudo, embora tenha havido aumento na incapacidade cervical e na limitação mandibular com o aumento da severidade da disfunção temporomandibular, estas associações não foram estatisticamente significantes (p=0,178 e p=0,102, respectivamente). Conclusão: é possível afirmar que há maior prevalência de disfunção temporomandibular de intensidade severa e de origem miogênica, e que a cervicalgia influencia diretamente a função mandibular, não estando necessariamente relacionada à severidade da disfunção temporomandibular. Da mesma forma, esta última também não apresenta relação direta com a limitação da função mandibular.
ABSTRACT Purpose: to investigate the possible association between the severity of the temporomandibular disorder, cervical pain, and mandibular function impairment. Methods: is a cross-sectional, descriptive study, conducted with 32 individuals with temporomandibular disorder, categorized by degree of severity, according to the Fonseca Index. Using the diagnosis criteria for temporomandibular disorder, the likely etiological factors for the disorder were established, as well as the intensity of the functional disability, resulting from cervical pain and of the mandibular impairment. The data obtained were statistically treated, adopting the significance level of 5%. Results: the mean age was 33.8 years, 90.6% being females. As for the degree of disorder, 56.3% presented severe TMD, followed by 28.1% showing a moderate one. The myogenic etiology was present in 93.7% of the patients. Cervical pain was present in 90.6% of them, of which, 59.4% presented a mild disability, and 25%, a moderate one. Considering the mandibular function, 46.9% of the patients presented a low, 40.6%, a moderate, and 12.5%, a severe impairment. There was a statistically significant association between cervical pain and mandibular function (p = 0.011). However, although there was an increase in cervical disability and in mandibular impairment as the severity of the TMD also increased, these associations were not statistically significant (p = 0.178 and p = 0.102, respectively). Conclusion: it can be stated that there is a higher prevalence of severe TMD and of myogenic origin, and that cervical pain influences, directly, the mandibular function, which is not necessarily related to the severity of the temporomandibular alteration. Likewise, such severity does not present a relationship to mandibular function impairment either.