Resumo A discriminação é um fenômeno social causador de prejuízos e iniquidades em saúde. O objetivo desta pesquisa foi explorar a discriminação e suas formas de enfrentamento por servidores universitários. Trata-se de estudo qualitativo analítico, usando entrevistas individuais semiestruturadas, interpretadas pela fenomenologia. A amostra foi intencional, definida pela técnica da bola de neve. Utilizou-se a análise de conteúdo temática proposta por Bardin, com o auxílio do software NVivo para definir categorias analíticas. Os principais resultados revelam um modelo de enfrentamento/combate à discriminação, no qual as categorias se inter-relacionam. A categoria cultura ocupa papel central, interligando as estratégias de cotas, educação formal, legislação e políticas públicas, mídias e educação informal. As cotas viabilizam acesso à educação formal, que reduz discriminação e aumenta oportunidades entre os indivíduos. As leis e políticas alteram o comportamento, tanto pelo seu papel educativo, quanto coercitivo. A mídia permite a interação e discussão sobre nós críticos da discriminação na sociedade. A educação informal cria ambientes viáveis de discussão e estimula o convívio menos discriminatório desde a infância. Este estudo traz novas perspectivas e abordagens alternativas para compreender formas de enfrentamento à discriminação, que é um fenômeno injusto, que cruza múltiplos espaços e contextos sociais.
Abstract Discrimination is a social phenomenon that causes damage and inequities in health. This paper aimed to explore the discrimination and its ways of confrontation by university servants. This is a qualitative analytical study, using semi-structured individual interviews, interpreted by phenomenology. The sample was intentional, defined by the snowball technique. Thematic content analysis proposed by Bardin was used, with the help of NVivo software to define analytical categories. The main results reveal a model of confronting / combating discrimination, in which the categories are interrelated. The culture category occupies a central role, linking the strategies of quotas, formal education, legislation and public policies, media and informal education. Quotas allow access to formal education, which reduces discrimination and increases opportunities among individuals. Laws and policies change behavior by both its educational and coercive roles. The media allows interaction and discussion about us who are critical of discrimination in society. Informal education creates viable environments for discussion and encourages less discriminatory living since childhood. This study brings new perspectives and alternative approaches to understand ways to confront discrimination, which is an unfair phenomenon that crosses multiple spaces and social contexts.