RESUMEN Objetivo. Analizar la distribución espacial y temporal de la mortalidad por enfermedades tropicales desatendidas en Brasil en el período 2000-2019 y los factores asociados a ella. Método. Estudio ecológico centrado en el análisis de las muertes por enfermedades tropicales desatendidas registradas en el Sistema de Información sobre Mortalidad. Para el análisis temporal se utilizó el método de regresión de puntos de inflexión (joinpoint). La dependencia espacial se analizó mediante los índices de Moran global y local y Gi* de Getis-Ord. Se utilizaron cuatro modelos de regresión espacial y no espacial para detectar los factores relacionados con la mortalidad. Resultados. La tasa media de mortalidad por enfermedades tropicales desatendidas en Brasil fue de 3,32 muertes por 100 000 habitantes en el periodo del estudio, y la tasa más alta observada (8,68 muertes por 100 000 habitantes) fue la del Centro Oeste. Las causas de muerte más prevalentes fueron la enfermedad de Chagas (n = 94.781; 74,9%) y la esquistosomiasis (n = 10.271; 8,1%). Se registró una disminución de 1,24% (IC del 95% = -1,6; -0,9; p < 0,001) anual de la mortalidad por enfermedades tropicales desatendidas en el país. Se observó un patrón de distribución espacial alto/alto, con puntos calientes en municipios de los estados de Bahía, Goiás, Minas Gerais, Piauí y Tocantins. Los indicadores “población en hogares con densidad > 2 habitantes por dormitorio” (β = -0,07; P = 0,00) e “índice de desarrollo humano municipal” (β = -3,36; P = 0,08) mostraron una asociación negativa con el resultado, mientras que el indicador “índice de vulnerabilidad social” (β = 2,74; P = 0,05) arrojó una asociación positiva. Conclusiones. Cuanto menor es el grado de desarrollo humano y mayor la vulnerabilidad social, mayor es la mortalidad por enfermedades tropicales desatendidas, lo que debe orientar las medidas correspondientes de prevención y control.
ABSTRACT Objective. To analyze the spatial-temporal distribution and factors associated with mortality from neglected tropical diseases (NTDs) in Brazil from 2000 to 2019. Method. We performed an ecological study to analyze NTD-related deaths recorded in the Ministry of Health Mortality Information System (SIM). For the temporal analysis, the joinpoint method was used. Spatial dependence was analyzed using global Moran and local Getis-Ord Gi* indices. Four non-spatial and spatial regression models were used to identify factors associated with mortality. Results. The mean mortality rate from NTDs in Brazil during the study period was 3.32 deaths per 100 000 inhabitants, with the highest rate (8.68 deaths per 100 000 inhabitants) recorded in the Midwest. The most prevalent causes of death were Chagas disease (n = 94 781; 74.9%) and schistosomiasis (n = 10 271; 8.1%). There was a 1.24% reduction (95%CI = -1.6; -0.9; P < 0.001) in NTD-related mortality in Brazil per year. A high/high spatial distribution pattern and hotspots were observed in municipalities in the states of Goiás, Minas Gerais, Bahia, Tocantins, and Piauí. The indicators “population in households with density > 2 people per bedroom” (β = -0.07; P = 0.00) and “municipal human development index” (β = -3.36; P = 0.08) were negatively associated with the outcome, while the “index of social vulnerability” (β = 2.74; P = 0.05) was positively associated with the outcome. Conclusion. Lower human development and higher social vulnerability are associated with higher mortality from NTDs, which should guide NTD prevention and control efforts.
RESUMO Objetivo. Analisar a distribuição espaço-temporal e os fatores associados à mortalidade por doenças tropicais negligenciadas (DTNs) no Brasil de 2000 a 2019. MÉtodo. Estudo ecológico que analisou os óbitos por DTNs registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Para a análise temporal, utilizou-se o método joinpoint. A dependência espacial foi analisada pelos índices de Moran global e local e Getis-Ord Gi*. Quatro modelos de regressão não espacial e espacial foram usados para identificar fatores associados ao óbito. Resultados. A taxa média de mortalidade por DTNs no Brasil foi de 3,32 óbitos/100 000 habitantes no período considerado, com a maior taxa (8,68 óbitos/100 000 habitantes) observada no Centro-Oeste. As causas mais prevalentes de morte foram doença de Chagas (n = 94 781; 74,9%) e esquistossomose (n = 10 271; 8,1%). Houve redução de 1,24% (IC95% = -1,6; - 0,9; P < 0,001) ao ano da mortalidade por DTNs no Brasil. Observou-se padrão alto/alto de distribuição espacial e hotspots em municípios dos estados de Goiás, Minas Gerais, Bahia, Tocantins e Piauí. Os indicadores “população em domicílios com densidade > 2 habitantes por dormitório” (β = -0,07; P = 0,00) e “índice de desenvolvimento humano municipal” (β = -3,36; P = 0,08) associaram-se negativamente ao desfecho, enquanto o indicador “índice de vulnerabilidade social” (β = 2,74; P = 0,05) associou-se positivamente ao desfecho. Conclusão. Quanto menor o desenvolvimento humano e maior a vulnerabilidade social, maior é a mortalidade por DTNs, o que deve direcionar as ações de prevenção e controle das DTNs.