Resumo O artigo tem como objetivo comparar práticas do cuidado ao recém-nascido saudável no momento do nascimento em hospitais públicos e mistos conveniados ao SUS, segundo o tipo de parto, verificadas na pesquisa “Nascer no Brasil/2011” (NB) e no último ciclo avaliativo da RC, aqui denominada “Avaliação da Rede Cegonha/2017” (ARC). O NB incluiu uma amostra com representatividade nacional de 266 hospitais e a ARC foi conduzida em 606 maternidades inseridas na estratégia Rede Cegonha, totalizando 15.994 e 8.047 pares de puérperas e recém-nascidos saudáveis, respectivamente. Entre os dois estudos, NB-2011 e ARC-2017, embora a proporção de cesariana tenha se mantido em torno de 44%, a prevalência do contato pele a pele com o RN, da amamentação na sala de parto e nas primeiras 24h de vida aumentaram, 140%, 82% e 6%, respectivamente. Já a proporção de aspiração de vias aéreas superiores do RN, caiu 65%. Os resultados indicam que o uso de diretrizes baseadas em evidências para o cuidado de recém-nascidos saudáveis aumentou na prática clínica, considerando o período de seis anos entre os estudos comparados. Apesar desse progresso, permanecem importantes desafios para garantir as melhores práticas para a totalidade de mulheres e recém-nascidos, principalmente em relação aos partos cesáreos.
Abstract This paper aims to compare best practices for healthy newborns in public and mixed hospitals affiliated with SUS, according to type of birth, between “Nascer no Brasil/2011” (NB – Birth in Brazil) and in the last assessment cycle of Rede Cegonha, here called “Avaliação da Rede Cegonha/2017” (ARC – Stork Network Assessment). NB included a sample with national representativeness of 266 hospitals, and ARC was conducted in 606 maternity hospitals included in the Rede Cegonha strategy, totaling 15,994 and 8,047 pairs of healthy mothers and newborns, respectively.Between the two studies, NB-2011 and ARC-2017, although the proportion of cesarean sections remained around 44%, the prevalence of skin-to-skin contact with newborns, breastfeeding in the delivery room and breastfeeding in the first 24h of life increased by 140%, 82% and 6%, respectively. The proportion of upper airway aspiration of newborns dropped 65%. The results indicate that the use of evidence-based guidelines for the care of healthy newborns has increased in clinical practice, considering the six-year period between the compared studies. Despite the progress, important challenges remain to ensure best practices for all women and newborns, especially in relation to cesarean births.