Resumo Em 2020, os governos foram confrontados com a necessidade de enfrentar a crise sanitária causada pela COVID-19, sem ter certeza sobre quais as melhores alternativas para lidar com a pandemia sem arruinar a economia. Em um marco de incerteza causada pelo novo vírus, os governos nacionais basearam suas respostas em crenças e ideias políticas, o que se refletiu na diversidade de respostas: liberais, autoritárias, centralizadas, descentralizadas, transparentes ou opacas. Nesse artigo, nos concentramos em um desses tipos de resposta, o populismo, e buscamos entender como as crenças populistas determinam as ações burocráticas adotadas por um governo para lidar com a crise sanitária. Com esse objetivo, fizemos um estudo de caso comparativo entre o governo federal mexicano (populista) e o governo do estado de Jalisco (não-populista). Nossos resultados sugerem que as ações administrativas adotadas pelo governo federal (populista) foram baseadas em crenças negativas com relação ao conhecimento científico especializado procedente de fora do governo; um desinteresse em buscar mais informações em fontes distantes ou pouco conhecidas; e o fortalecimento dos programas emblemáticos como a principal forma de enfrentar a crise econômica que se aproxima. Também descobrimos que o governo federal mexicano representa uma manifestação peculiar de populismo, que denominamos populismo downsizing (populismo que promove a redução do tamanho do estado). Nosso artigo permite avançar nosso entendimento sobre como o populismo pode afetar a forma e a função das burocracias.
Abstract In 2020, governments were faced with addressing the health crisis caused by the COVID-19 pandemic, without certainty about what would work best to reduce the health crisis without ruining the economy. Through all the uncertainty, national governments based their responses to COVID-19 on beliefs and political ideas, which was reflected on the diversity of the responses: liberal, authoritarian, centralized, decentralized, transparent, or opaque. In this article we focus on one of these responses, populism, and seek to understand how populist beliefs drive bureaucratic actions taken by a populist government to handle the health crisis. We conducted a comparative case study between the Mexican populist federal government and the non-populist Jalisco state government. Our findings suggest that the administrative actions chosen by the Mexican populist government were based on negative beliefs towards expert scientific knowledge from outside the government; a disinterest in searching for more information from distant or unfamiliar sources; and a strengthening of flagship programs as the main way to address the upcoming economic crisis. We also found that the Mexican government shows a peculiar manifestation of populism, which we refer as downsizing populism. Our article advances our understanding about how populism may affect the form and function of bureaucracies.
Resumen En 2020, los gobiernos se enfrentaron a la necesidad de abordar la crisis de salud causada por la COVID-19, sin estar seguros de qué funcionaría mejor para abordar esta crisis de salud sin arruinar la economía. En un marco de incertidumbre provocado por el nuevo virus, los gobiernos nacionales basaron sus respuestas en creencias e ideas políticas, lo que se reflejó en la diversidad de respuestas: liberales, autoritarias, centralizadas, descentralizadas, transparentes o veladas. En este artículo, nos enfocamos en uno de esos tipos de respuestas, el populismo, y buscamos entender cómo las creencias populistas determinan las acciones burocráticas tomadas por un gobierno para enfrentar la crisis de salud. Para ello, realizamos un estudio de caso comparativo entre el gobierno federal mexicano (populista) y el gobierno del estado de Jalisco (no populista). Nuestros resultados sugieren que las acciones administrativas tomadas por el gobierno federal se basaron en creencias negativas con respecto al conocimiento científico especializado proveniente de fuera del gobierno; falta de interés en buscar más información de fuentes lejanas o poco conocidas; y el fortalecimiento de programas emblemáticos como principal forma de enfrentar la crisis económica que se avecina. También encontramos que el gobierno federal mexicano representa una manifestación peculiar del populismo, al que denominamos “populismo reductor” (populismo que promueve la reducción del tamaño del estado). Nuestro artículo nos permite avanzar en nuestra comprensión de cómo el populismo puede afectar la forma y función de las burocracias.