Objetivo: Investigar o efeito de fatores demográficos, socioeconômicos, educacionais e familiares sobre o conhecimento acerca do HIV/AIDS em adolescentes com 11 anos de idade. Métodos: Foram estudados 3.949 adolescentes de Pelotas/RS. O conhecimento acerca do HIV/AIDS foi avaliado por meio de um questionário autoaplicado e mensurado através de cinco perguntas sobre relação heterossexual, relação homossexual, compartilhamento de seringas, beijo na boca e abraçar alguém com AIDS. As análises foram ajustadas com base em um modelo hierárquico, usando regressão de Poisson com ajuste robusto da variância. Resultados: Os percentuais de respostas erradas para as questões examinadas foram: 17,2% para transmissão em relações heterossexuais; 44,1% para relações homossexuais; 34,9% para compartilhar seringas; 25,6% para beijo na boca e 16,2% para abraçar pessoa com AIDS. Na análise ajustada, menor grau de conhecimento foi demonstrado pelos meninos, por adolescentes de menor nível econômico, cujas mães possuíam menor escolaridade, para os adolescentes que não haviam conversado sobre sexo com a mãe e entre os que não tiveram aula sobre educação sexual na escola. O grau de conhecimento não esteve associado com o tipo de escola, cor da pele, tampouco com a conversação com o pai sobre sexo. Conclusão: Fornecer informações aos adolescentes é fundamental para melhorar o conhecimento sobre o risco de transmissão de HIV e de outras infecções sexualmente transmissíveis, principalmente entre jovens do sexo masculino e de menor nível socioeconômico. As políticas públicas devem considerar o rol que a mãe e a escola desempenham no conhecimento sobre este tema por parte dos adolescentes.
Objective: To investigate the effect of demographic, socioeconomic, educational and family variables on HIV/AIDS knowledge among adolescents aged 11 years. Methods: 3,949 adolescents born in Pelotas (Brazil). HIV/AIDS knowledge was assessed through a self-administered questionnaire and measured through five questions about HIV transmission: heterosexual intercourse, homosexual intercourse, needle sharing, open-mouth kissing and hugging someone with AIDS. All the analyses were adjusted based on a hierarchical model, using Poisson regression with robust adjustment of variance. Results: Prevalence of wrong answers to the examined questions were 17.2% for heterosexual transmission, 44.1% for homosexual intercourse, 34.9% for needle sharing, 25.6% for kiss on the mouth and 16.2% for hugging someone with AIDS. In adjusted analysis, lower knowledge levels were more prevalent among boys, adolescents with lower socioeconomic status and with less maternal education level, among those who had not talked about sex with mother and without sexual education lessons at school. Knowledge was not associated with school type (public or private), skin color or talk about sex with father. Conclusion: Providing information to adolescents is essential to improve knowledge about HIV and other sexually transmitted infections, especially among young males, with lower socioeconomic status and with lower maternal education level. Public policies aimed to reducing HIV infection should consider maternal and school relevance to improve knowledge on adolescents.