RESUMO OBJETIVO Identificar associações de dor crônica na coluna com características sociodemográficas, estilos de vida, índice de massa corporal, doenças crônicas autorreferidas e avaliação do estado de saúde, segundo sexo. MÉTODOS Foram analisados dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013; estimadas as prevalências e seus respectivos intervalos de 95% de confiança (IC95%) da dor crônica na coluna, segundo variáveis selecionadas; e realizado ajuste por idade e escolaridade. RESULTADOS 18,5% da população brasileira referiram dor crônica na coluna, sendo 15,5% (IC95% 14,7–16,4) em homens e 21,1% (IC95% 20,2–22,0) em mulheres. As características que se mantiveram associadas após o ajuste e estatisticamente significativas (p < 0,05) em homens foram: aumento com a faixa etária, sendo maior entre aqueles com 65 anos ou mais (ORa = 6,06); baixa escolaridade; morar em área rural; histórico de tabagismo, consumo elevado de sal, aumento do tempo de prática de atividade física pesada no trabalho e atividade pesada no domicílio; ter sobrepeso (ORa = 1,18) ou obesidade (ORa = 1,26); diagnóstico de hipertensão (ORa= 1,42), colesterol elevado (ORa = 1,60); e pior avaliação do estado de saúde (bom [ORa = 1,48]; regular [ORa = 3,22]; ruim [ORa = 5,00], muito ruim [ORa = 8,60]). Entre mulheres: aumento com a faixa etária, sendo maior entre as mulheres com 55–64 anos (ORa = 3,64); menor escolaridade; histórico de tabagismo, consumo de doces regularmente, consumo elevado de sal, atividade e aumento do tempo de prática de atividade física pesada no trabalho e atividade pesada no domicílio; ter sobrepeso (ORa = 1,23) ou obesidade (ORa = 1,32); diagnóstico de hipertensão (ORa = 1,50), colesterol elevado (ORa = 1,84); e piora da avaliação do estado de saúde (bom [ORa = 1,43]; regular [ORa = 3,16]; ruim [ORa = 5,44], muito ruim [ORa = 8,19]). CONCLUSÕES Os achados apontam diferenças por sexo e contribuem no conhecimento do panorama da dor crônica na coluna, que além de afetar o indivíduo, geram impactos socioeconômicos negativos, por ocasionar incapacidades relacionadas ao trabalho e realização de atividades cotidianas.
ABSTRACT OBJECTIVE To identify associations of chronic back pain with sociodemographic characteristics, lifestyles, body mass index, self-reported chronic diseases and health assessment, according to sex. METHODS We analyzed data from the 2013 National Health Survey, estimated the prevalence and their respective 95% confidence intervals (95%CI) of chronic back pain, according to selected variables and performed adjustment by age and education. RESULTS 18.5% of the Brazilian population reported chronic back pain, 15.5% (95%CI 14.7–16.4) of them being men and 21.1% (95%CI 20.2–22.0) being women. The characteristics that remained associated and statistically significant (p < 0.05) after adjustment, in men, were: age group, higher in men with 65 years or older (ORa = 6.06); low education level; living in rural area; history of smoking, high salt intake, increase in the time of heavy physical activity at work and at home; being overweight (ORa = 1.18) or obese (ORa = 1.26); diagnostic of hypertension (ORa = 1.42), high cholesterol (ORa = 1.60); and worse health assessment in comparison with very good (good [ORa = 1.48]; regular [ORa = 3.22]; poor [ORa = 5.00], very poor [ORa = 8.60]). Among women, they were: increase with age, higher among women with 55-64 years (ORa = 3.64); low education level; history of smoking, regular candy consumption, high salt intake, heavy physical activity at work and at home and increase in the time of these activities; being overweight (ORa = 1.23) or obese (ORa = 1.32); diagnosis of hypertension (ORa = 1.50), high cholesterol (ORa = 1.84); and worse health assessment than very good (good [ORa = 1.43]; regular [ORa = 3.16]; poor [ORa = 5.44], very poor [ORa = 8.19]). CONCLUSIONS Our findings point out differences by sex and contribute to the knowledge of the panorama of chronic back pain, which, besides affecting individuals, generate negative socioeconomic impacts, by causing work-related disabilities and hindering everyday activities.