RESUMO: O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da contenção pelo cachimbo na aferição da pressão intraocular em equinos hígidos. Neste trabalho, 45 cavalos Crioulos, com idade entre dois e 20 anos, machos ou fêmeas, foram avaliados utilizando tonometria de rebote, com e sem contenção, com cachimbo no lábio superior. Exame oftálmico prévio foi realizado, incluindo Teste Lacrimal de Schirmer, prova da fluoresceína, biomicroscopia com lâmpada de fenda e oftalmoscopia direta em todos os cavalos. Somente animais sadios com olhos hígidos foram utilizados. A ordem das tonometrias (com ou sem cachimbo) e a ordem dos olhos (direito e esquerdo) foram randomizadas. Três aferições de cada olho foram realizadas e a média calculada. A posição da cabeça dos cavalos foi mantida acima do nível do coração e nenhuma pressão foi feita sobre as pálpebras. Ao menos 10 minutos se passaram entre as aferições do mesmo cavalo. As medidas foram realizadas entre as 15h30min e 17h30min do mesmo dia, para evitar flutuações relacionadas ao ritmo circadiano da pressão intraocular. A análise estatística foi realizada com o programa SAS 9.2. Foi realizada análise de variância de parcela subdividida, onde o cavalo foi considerado bloco. A pressão intraocular média obtida com cachimbo (34,68±6,47mmHg) foi significativamente maior (P<0,05) que a obtida sem (29,35±4,08mmHg). Não foi encontrada diferença significativa entre olhos direito e esquerdo. A contenção de equinos com o cachimbo aumentou significativamente a pressão intraocular aferida com tonômetro de rebote.
ABSTRACT: The purpose of this study was to verify the effect of the upper lip twitch restraint on intraocular pressure (IOP) of healthy horses. In this study, forty five Criollo horses, aged between two to 20 years (male or female) were evaluated with rebound tonometer, with and without upper lip twitch restraint. A previous ophthalmic examination was performed with Schirmer tear test, fluorescein test, slit lamp biomicroscopy and direct ophthalmoscopy in all horses. Only healthy animals with no ocular findings were used. The order of the IOP measurements (with or without twitch) and order of the eye (right or left) were randomized. Three measurements of each eye were made and the mean was calculated. Head position was kept above the heart level and no pressure was made over eyelids. At least 10 minutes passed between the evaluations of the same horse. Measurements were made between 3:30 and 5:30pm to avoid circadian fluctuation of intraocular pressure. Statistical analysis was performed with SAS 9.2 software. A Split plot factorial design was used where horses were considered blocks. The mean intraocular pressure values obtained with lip twitch restraint (34.68±6.47mmHg) were significantly higher (P<0.05) than those obtained without (29.35±4.08mmHg). There was no relevant statistical difference between right and left eyes. The restraint of horses with upper lip twitch increased equine intraocular pressure measured with the rebound tonometry.