Resumo O presente trabalho objetivou investigar os sentidos atribuídos à saúde por homens da cidade de Natal/RN, em dois contextos: uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de um bairro de classe média e uma Unidade de Saúde da Família (USF) de um bairro popular. Metodologicamente, realizamos entrevistas semiestruturadas junto a 24 homens, sendo 12 de cada serviço, com faixa etária de 25 a 59 anos, abordados nas unidades de saúde de cada bairro. A análise dos dados deu-se a partir da perspectiva de Spink (2000), e Spink e Frezza (2000) e Spink e Medrado (2000), no tocante às práticas discursivas e os estudos de gênero. Os dados encontrados acompanham a tendência de estudos já realizados no campo, especialmente ao identificar como as posições sociais de gênero conformam os sentidos que os homens investigados construíram em relação à saúde, atribuindo a esta a importância de proporcionar as condições de exercício de uma masculinidade voltada para o provimento do lar e da família. Houve diferença acerca dos sentidos sobre a resolução de problemas de saúde no tocante aos serviços investigados: a maioria do grupo da UBS apontou para pouca resolutividade, gerando sentidos de ineficácia do serviço. Na USF, os sentidos apresentaram uma positividade em relação ao serviço, que julgamos ter relação com a natureza da Estratégia de Saúde da Família. Finalmente, identificamos como a busca pelos serviços de saúde no nível de atenção básica é limitada, fato que segue os estudos de que os homens buscam os serviços de saúde quando esta se encontra demandando atenção especializada. Concluímos que a PNAISH pode ter uma importante contribuição na medida em que se efetive como política de saúde, sensibilizando a toda a rede de atores e serviços envolvidos na busca por novos sentidos e práticas em torno da relação gênero-saúde.
Abstract This work had the objective of investigating the senses attributed by men to health in the city of Natal/RN, in two different contexts: one in a Basic Health Unity from a middle class neighborhood, and another in a Family Heath Unity of a popular neighborhood. We conducted semi-structured interviews with 24 men, between 25 and 59 years old, 12 from each group. The data analysis for the discursive practices and for the gender studies was done using Spink’s perspective (200 & Frezza, 2000; Sink & Medrado, 2000). The found data follow the tendency of other researches already done in this area, especially when it comes to identify how gender social positions create the senses that the interviewed men built about “health”, attributing to it the importance of providing the conditions for a masculinity exercise oriented to supporting their families and homes. There was a difference concerning the senses of resolution of problems related to health when it comes to the investigated services: the majority of the Basic Health Unity pointed to a small solving, creating senses of ineffectiveness of the service. In the Family Health Unity, however, the senses present a bigger positivity concerning the services. We believe that is explained by the nature of the “Family Health Strategy”. Finally, we identified that the search for health services in the basic levels is limited, a fact that follows a study showing that men look for health services only when they are demanding specialized care. We conclude that the PNAISH could be an important contribution if turned into a health policy, sensitizing the entire network of actors and services involved in the search for new meanings and practices around the gender-health relationship.
Resumen El presente trabajo tiene como objetivo investigar los sentidos atribuidos a la salud por hombres de la ciudad de Natal/RN, en dos contextos: una Unidad Básica de Salud (UBS) de un barrio de clase media y una Unidad de Salud de la Familia (USF) de un barrio popular. Metodológicamente, realizamos entrevistas semiestructuradas a 24 hombres, 12 de cada servicio, con edades entre 25 y 59 años, abordados en las unidades de salud de cada barrio. El análisis de los datos se realizó desde la perspectiva de Spink (2000 & Frezza, 2000; Spink & Medrado, 2000) en lo que se refiere a las prácticas discursivas y los estudios de género. Los datos encontrados acompañan la tendencia de los estudios ya realizados en el campo, especialmente al identificar cómo las posiciones sociales de género conforman los sentidos que los hombres investigados construyeron en relación a la salud, atribuyendo a esta la importancia de proporcionar las condiciones de ejercicio de una masculinidad orientada hacia el proveimiento del hogar y de la familia. Hubo diferencia en los sentidos atribuidos a la resolución de problemas de salud en lo que se refiere a los servicios investigados: la mayoría del grupo de la UBS señaló poca capacidad de resolución de problemas, generando sentido de ineficacia del servicio. En la USF, los sentidos presentaron positividad en relación a los servicios, que creemos que tienen relación con la naturaleza de la Estrategia de Salud de la Familia. Finalmente, constatamos que es limitada la búsqueda de servicios de salud en el nivel de la atención básica, hecho que concuerda con los estudios que constatan que los hombres buscan los servicios de salud cuando se encuentran demandando atención especializada. Llegamos a la conclusión de que el PNAISH puede hacer una contribución importante si se hace efectivo como política de salud, sensibilizando a toda la red de actores y servicios implicados en la búsqueda de nuevos significados y prácticas en torno a la relación salud-género.