Resumo Nas últimas décadas aconteceram várias alterações no padrão de organização das famílias, como mudanças no tamanho, estrutura e composição. Dentre os novos arranjos familiares, destaca-se o crescimento de famílias monoparentais femininas. Este arranjo tende a se encontrar em situação de maior vulnerabilidade social em relação a outros arranjos. Diante disso, este estudo buscou analisar a relação entre o arranjo monoparental feminino e o estado nutricional de crianças menores de cinco anos, com dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE) de 2008-2009. Para isso, estimaram-se duas equações para análise de índices antropométricos, tendo como variáveis dependentes o escore z da “altura para idade” e o escore z do “peso para altura”. Os resultados mostraram que, controlando para outras variáveis importantes como renda, escolaridade e características domiciliares, pertencer ao arranjo “monoparental feminino” teve efeito positivo sobre o escore z da “altura para idade” quando comparado ao arranjo “casal com filhos”, indicando que a presença da mãe, sem o cônjuge, contribui para melhorar esse indicador de saúde de longo prazo.
Abstract In the last decades several alterations have occurred in the dynamics of the organization of families, including changes in size, structure, and composition. Among new family arrangements, the increase in female single-parent families stands out. This structure tends to be in a situation of greater social vulnerability in relation to other arrangements. With this in mind, the scope of this study sought to analyze the relationship between the female single-parent family arrangement and anthropometric measurements of under five-year-old offspring, with data from the 2008-2009 Brazilian household budget survey (POF/IBGE). Two equations for the analysis of anthropometric measurements, with the z-score of “height-for-age” and the z-score of "weight-for-height" as dependent variables, were estimated. The results revealed that, taking other important variables into consideration, such as income, education and domestic characteristics pertaining to the "female single-parent" arrangement, had a positive effect on anthropometric measurements when compared with the "couple with children" arrangement, indicating that in households in which the mother does not have a spouse in residence, children had better long-term health indicators than in households in which the spouse was present.