Resumo O objetivo do presente estudo foi descrever a prevalência de transtornos mentais comuns (TMC) em trabalhadores brasileiros por meio de uma revisão sistemática e meta-análise. As buscas foram realizadas no SciELO, LILACS, PubMed, Scopus e Web of Science. Artigos observacionais, com amostra de trabalhadores brasileiros, que utilizaram instrumento e ponto de corte validados e que apresentaram valor de prevalência foram incluídos. Foram realizadas a meta-análise com efeito aleatório utilizando as categorias profissionais como subgrupos e a meta-regressão. Foram incluídos 89 estudos, com um total de 56.278 trabalhadores de 26 categorias profissionais. A prevalência global de TMC foi de 0,30 (IC95%: 0,27-0,34), variando de 0,07 a 0,58. As categorias profissionais que apresentaram maiores valores de TMC foram: prostitutas 0,58 (IC95%: 0,51-0,65), educadores sociais 0.54 (IC95%: 0,50-0,59), bancários 0,45 (IC95%: 0,44-0,47), coletores 0,45 (IC95%: 0,40-0,49) e professores 0,40 (IC95%: 0,32-0,48). Nenhuma outra variável além da profissão se associou ao TMC na meta-regressão. Trabalhadores das categorias profissionais mais afetadas por TMC devem ser monitorados para prevenir os prejuízos sociais, ocupacionais e de saúde associados aos TMC.
Abstract The aim of the present study was to summarize the prevalence of common mental disorders (CMD) among Brazilian workers through a systematic review and meta-analysis. Searches were conducted in SciELO, LILACS, PubMed, Scopus, and Web of Science. Articles were included if they had; an observational design, a sample of Brazilian workers, used a validated instrument and cut-off to assess CMD, and provided the prevalence value. A random-effect meta-analysis using professional categories as subgroups and a meta-regression were conducted. In total, 89 studies were included, with a total of 56,278 workers from 26 professional categories. The overall pooled prevalence of CMD was 0.30 (95%CI: 0.27-0.34), varying from 0.07 to 0.58. Professional categories that presented higher prevalences of CMD were: Prostitutes 0.58 (95%CI: 0.51-0.65), Social Educators 0.54 (95%CI: 0.50-0.59), Banking Workers 0.45 (95%CI: 0.44-0.47), Ragpickers 0.45 (95%CI: 0.40-0.49), and Teachers 0.40 (95%CI: 0.32-0.48). No other variable in addition to profession was associated with prevalence of CMD in the meta-regression analysis. Workers from the most affected professional categories should be monitored to prevent social, occupational, and health impairment from CMD.