Resumo Objetivou-se analisar a tendência temporal da incidência de sífilis congênita (SC) e caracterizar a doença no estado de Minas Gerais (MG) entre 2007 e 2015. Estudo quantitativo, de análise de série temporal, com banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, referentes aos casos de SC notificados em MG entre 2007 e 2015. Utilizou-se estatística descritiva, cálculo da taxa de incidência de SC e modelo de regressão polinomial para análise de tendência temporal. Os resultados mostraram que no período registraram-se 4.381 casos. A taxa de incidência variou entre 0,61 e 5,08/1.000 nascidos vivos (NV), com incremento na tendência temporal do coeficiente de incidência da SC no período de 2007 a 2015, com variação anual da taxa de 30,6% (IC95%: 21,0 – 41,0). Houve predomínio de recém-nascidos de cor de pele parda (38,7%), faixa etária de até 6 dias de vida (94,7%) e a maioria (63,6%) não apresentou, em relação ao exame físico, qualquer manifestação sugestiva de SC, porém teve diagnóstico definitivo para SC recente (95,2%). O número de casos notificados é crescente, sugerindo que há uma necessidade de melhoria na assistência ao pré-natal, diagnóstico, tratamento adequado, ações de saúde e notificação.
Abstract The objective was to analyze the temporal trend of the incidence of congenital syphilis (CS) and to characterize the disease in the state of Minas Gerais (MG) between 2007 and 2015. Quantitative study, of a time series analysis, with the database from the Information System of Diseases Notification, referring to cases of CS reported in MG between 2007 and 2015. It was used descriptive statistics, calculation of the incidence rate of CS and polynomial regression model for temporal trend analysis. The results showed that in the period 4,381 cases were registered. The incidence rate ranged from 0.61 to 5.08 per 1,000 live births (LB),with an increase in the temporal trend of the CS incidence coefficient in the period from 2007 to 2015, with an annual rate variation of 30.6% (95% CI: 21.0 – 41.0). There was a predominance of brown-skinned newborns (38.7%), up to 6 days old (94.7%) and the majority (63.6%) did not present any suggestive manifestations of CS, but definitive diagnosis for recent CS (95.2%). The number of reported cases is increasing, suggesting that it is necessary, for improvement in the prenatal care, diagnosis, appropriate treatment, health care and notification.