OBJETIVO: Estimar a prevalência e fatores associados ao sentimento de discriminação entre estudantes. MÉTODOS: Estudo transversal com amostra representativa de 1.170 escolares de um total de 2.282 matriculados na sétima série do ensino fundamental em escolas municipais de Gravataí (RS), em 2005. Os participantes foram selecionados por amostragem aleatória por conglomerado. Os dados foram obtidos com instrumentos auto-aplicados (Global School-based Student Health Survey, body shape questionnaire, classificação socioeconômica) preenchidos em sala de aula. Foi utilizada a regressão de Cox modificada para estudos transversais, segundo modelo hierarquizado em quatro etapas. RESULTADOS: A prevalência de sentimento de discriminação foi de 21,0%, mais prevalente entre: as meninas (RP=1,93, IC 95% 1,51;2,46); os que apresentaram absenteísmo escolar (RP=1,54, IC 95% 1,21;1,97); os que fizeram uso na vida de tabaco (RP=1,53, IC 95% 1,18;1,98); os preocupados com sua imagem corporal (RP=1,42, IC 95% 1,07;1,88); os com sentimento de solidão (RP=2,50, IC 95% 1,80;3,46) e tristeza (RP=1,29, IC 95% 1,02;1,62); os com dificuldade para dormir (RP:1,41, IC 95% 1,08;1,83); os com ideação suicida (RP=1,45, IC 95% 1,13;1,85) e os que sofreram algum tipo de injúria acidental (RP=1,56, IC 95% 1,23;1,97) ou intencional (RP=2,04, IC 95% 1,51;2,76). CONCLUSÕES: O sentimento de discriminação esteve associado ao sexo e à experiência com tabaco. Sua associação com fatores psicossociais indica a coexistência de situações adversas, como a insatisfação com a imagem corporal, sintomas depressivos e presença de injúrias. Esses resultados mostram a importância da atuação conjunta de professores e profissionais de saúde na identificação precoce desse sentimento, orientação e acompanhamento de jovens enfrentando essas situações.
OBJECTIVE: To estimate the prevalence of and factors associated with feelings of discrimination among students. METHODS: Cross-sectional study with a representative sample of 1,170 students from a total of 2,282 students enrolled in the 7th grade of an elementary school of the city of Gravataí, Southern Brazil, in 2005. Participants were selected by conglomerate random sampling. Data were obtained from self-applied instruments (Global School-based Student Health Survey, Body Shape Questionnaire, socioeconomic classification) that were completed in the classroom. Cox regression, modified for cross-sectional studies, was employed, according to a four-stage hierarchical model. RESULTS: Prevalence of feelings of discrimination was 21.0%. These feelings were more prevalent among: girls (PR=1.93, 95% CI 1.51;2.46); those showing school absenteeism (PR=1.54, 95% CI 1.21;1.97); those who had used tobacco in their lives (PR=1.53, 95% CI 1.18;1.98); those concerned about their body image (PR=1.42, 95% CI 1.07;1.88); those with feelings of loneliness (PR=2.50, 95% CI 1.80;3.46) and sadness (PR=1.29, 95% CI 1.02;1.62); those with sleep difficulties (PR:1.41, 95% CI 1.08;1.83); those with suicidal ideation (PR=1.45, 95% CI 1.13;1.85) and those who had suffered some type of accidental (PR=1.56, 95% CI 1.23;1.97) or intentional injury (PR=2.04, 95% CI 1.51;2.76). CONCLUSIONS: Feelings of discrimination were associated with sex and experience with tobacco. Its association with psychosocial factors indicates the coexistence of adverse situations, such as dissatisfaction with body image, depressive symptoms and presence of insults. These findings show the importance of health professionals and teachers acting together to identify these feelings early on, and guide and follow adolescents facing such situations.
OBJETIVO: Estimar la prevalencia y factores asociados al sentimiento de discriminación entre estudiantes. MÉTODOS: Estudio transversal con muestra representativa de 1.170 escolares de un total de 2.282 matriculados en la séptima serie de la enseñanza fundamental en escuelas municipales de Gravataí (Sur de Brasil), en 2005. Los participantes fueron seleccionados por muestreo aleatorio por conglomerado. Los datos fueron obtenidos con instrumentos auto-aplicados (Global School-based Student Health Survey, body shape questionnaire, clasificación socioeconómica) llenados en sala de aula. Fue utilizada la regresión de Cox modificada para estudios transversales, según modelo jerarquizado en cuatro etapas. RESULTADOS: La prevalencia de sentimiento de discriminación fue de 21,0%, más prevalente entre: las niñas (RP= 1,93, IC 95% 1,51; 2,46); los que presentaron ausentismo escolar (RP= 1,54, IC 95% 1,21; 1,97); los que hicieron uso de tabaco en la vida (RP= 1,53, IC 95% 1,18; 1,98); los preocupados con su imagen corporal (RP=1,42, IC 95% 1,07;1,88); aquellos con sentimiento de soledad (RP=2,50, IC 95% 1,80;3,46); y tristeza (RP=1,29, IC 95% 1,02;1,62); aquellos con dificultad para dormir (RP:1,41, IC 95% 1,08;1,83); los que presentaron ideación suicida (RP=1,45, IC 95% 1,13;1,85) y los que sufrieron algún tipo de injuria accidental (RP=1,56, IC 95% 1,23;1,97) o intencional (RP=2,04, IC 95% 1,51;2,76). CONCLUSIONES: El sentimiento de discriminación estuvo asociado al sexo y a la experiencia con tabaco. Su asociación con factores psicosociales indica la coexistencia de situaciones adversas, como la insatisfacción con la imagen corporal, síntomas depresivos y presencia de injurias. Estos resultados muestran la importancia de la actuación conjunta de profesores y profesionales de salud en la identificación precoz de ese sentimiento, orientación y acompañamiento de jóvenes enfrentando esas situaciones.