OBJETIVO: comparar as medidas do comprimento da cérvice e afunilamento, obtidas por ultra-sonografia transvaginal bidimensional e tridimensional na gestação. MÉTODOS: estudo descritivo, prospectivo, com comparação de grupos realizado no período de abril de 2004 a fevereiro de 2005. Foram incluídas 74 gestantes com idade gestacional entre a 19ª e a 24ª semana, independente da presença ou não de fatores de risco para parto prematuro. O exame ultra-sonográfico da cérvice foi efetuado uma única vez na mesma paciente e por único observador. As medidas aferidas por ultra-sonografia bidimensional foram feitas no momento da realização dos exames, e pela tridimensional, com intervalo de 7 a 15 dias do exame bidimensional. A medição do comprimento da cérvice, diâmetro e comprimento do funil cervical foi realizada por ultra-sonografia bidimensional no plano sagital e tridimensional nos planos sagital e coronal. Para testar a diferença estatística entre os resultados médios das medidas do comprimento cervical obtidas nos exames bi e tridimensional, foi utilizado o teste t pareado. Também foi calculado para essas medidas o coeficiente de correlação de Pearson. RESULTADOS: objetivando-se determinar associação linear entre elas encontramos diferença significante entre as medidas aferidas no plano sagital por meio da ultra-sonografia bidimensional e plano coronal da USG 3D (p=0,009), e na ultra-sonografia tridimensional entre os cortes sagital e coronal (p=0,001), sendo as médias das medidas do comprimento cervical (±desvio padrão) de 3,9±0,92c; 4,1±0,97 e 3,9±0,88 cm, respectivamente. O número de afunilamento em nossa casuística foi de 9/74 exames (12,1%). As ultra-sonogafias bi- e tridimensional visualizaram o mesmo número de afunilamento (8/9). Na ultra-sonografia tridimensional, o corte coronal detectou número maior de funil cervical que o corte sagital (8/9). Não houve diferença significativa entre as médias das medidas do comprimento do colo aferidas por ultra-sonografia bidimensional e tridimensional no plano sagital (p=0,23), entretanto houve diferença entre as médias das medidas da cérvice mensuradas por ultra-sonografia bidimensional no corte sagital e tridimensional no coronal (p=0,009), e na ultra-sonografia tridimensional entre os planos sagital e coronal (p=0,001). Os exames bidimensional e tridimensional visualizaram o mesmo número de funil cervical, demonstrando concordância entre os métodos (teste kappa=0,86). Na comparação das médias das medidas do afunilamento, não houve diferença estatística (p>0,05). CONCLUSÃO: existem diferenças entre as medidas do comprimento cervical, obtidas por ultra-sonografia bidimensional e tridimensional, testando o plano coronal do exame tridimensional.
PURPOSE: to compare the uterine cervix measurements and funneling obtained by two- and three-dimensional transvaginal sonography during pregnancy. METHODS: a prospective, descriptive study, with group comparison, was carried out between April 2004 and February 2005 in 74 pregnant women, who were between the 19th and 24th week of pregnancy, regardless of risk factors for premature delivery. The ultrasound examination of the cervix was carried out only once in the same patient and by only one observer. The measurements of the cervix by two-dimensional ultrasound were made at the time of the test and by three-dimensional ultrasound at intervals of 7 to 15 days after the two-dimensional ultrasound. The measurements of cervical length, funnel width and length were taken by two-dimensional ultrasound in the sagittal plane and by three-dimensional in the sagittal plane as well as in coronal plane. RESULTS: there was no significant difference between the averages of the measurements of the cervix obtained by two- and three-dimensional ultrasound in the sagittal plane (p=0.23); however, there was a difference in the averages of the measurements of the cervix obtained by two-dimensional ultrasound in sagittal plane and three-dimensional ultrasound in the coronal plane (p=0.009) and between three-dimensional ultrasound in the sagittal and coronal planes (p=0.001). The kappa test (0.86) showed no superiority of either the two-dimensional and three-dimensional ultrasound in the visualization of the cervical funnel. No statistically significant difference was observed between the methods when the average of the measurements of funneling was compared (p>0.05). CONCLUSION: there were differences between two-dimensional and three-dimensional ultrasound of cervical length, only using the coronal plane of the three-dimensional ultrasound.