Os pacientes com diabetes melito tipo 1 (DM1) podem apresentar secreção residual de insulina por longos períodos, o que tem sido associado a prognóstico mais favorável. OBJETIVO: Avaliar a secreção de insulina por meio da dosagem de peptídeo C (PC) em pacientes com DM1 de curta (<5 anos; grupo 1) e longa (> 5 anos; grupo 2) duração da doença. PACIENTES E MÉTODOS: Voluntários com DM1 coletaram sangue em jejum e 6 minutos após a infusão de glucagon para dosagem de PC, HbA1c e anti-GAD. RESULTADOS: Foram avaliados 43 pacientes, 22 no grupo 1 e 21 no grupo 2. Secreção de insulina preservada (PC > 1,5 ng/mL) foi identificada em seis (13,9%) e oito (18,6%) casos nas coletas basal (PC1) e após estímulo (PC2), sem diferença entre os grupos (p = 0,18 e 0,24). PC1 foi detectável (> 0,5 ng/mL) em 13 (30,2%) e PC2 em 18 (41,9%) casos, mais frequentes no grupo 1 do que no 2 (p = 0,045 para PC1/p = 0,001 para PC2). Os títulos de PC1 (1,4 ±0,8 versus 1,2 ±1,0; p = 0,69) ou PC2 (1,8 ±1,5 versus 1,7 ±0,8; p = 0,91) não diferiram entre os grupos. No grupo 1 houve correlação inversa entre tempo de doença e PC2 (R = -0,58; p = 0,025). CONCLUSÃO: Uma proporção significativa dos pacientes com DM1 apresenta secreção residual de insulina, especialmente nos primeiros cinco anos da doença. Tais indivíduos representam a população ideal para estudos visando à prevenção secundária da doença.
Patients with type 1 diabetes (T1D) may exhibit some residual insulin secretion for many years after their diagnosis. This has been associated with a more favorable prognosis. OBJECTIVE: To analyze insulin secretion in individuals with T1D using C-peptide (CP) response to glucagon and comparing patients with recent onset (<5 years - Group 1) and long-standing disease (>5 years -Group 2). METHODS: Subjects with T1D had their blood sampled before (fasting) and 6 minutes after glucagon infusion for CP, HbA1c and anti-GAD measurement. RESULTS: Forty-three individuals were evaluated, 22 in Group 1 and 21 in Group 2. Preserved insulin secretion (CP >1.5 ng/mL) was observed in 6 (13.9%) and in 8 (18.6%) patients before (CP 1) and after (CP 2) glucagon stimulus, respectively, showing no difference between the groups (p=0.18 and 0.24). CP 1 and CP 2 were detectable (>0.5 ng/dL) in 13 (30.2%) and 18 (41.9%) patients, respectively. Both were more frequent in Group 1 than in Group 2 (p=0.45 for CP1/p=0.001 for CP 2). Similar serum levels where seen between the groups, both before and after stimulus (1.4±0.8 vs. 1.2±1.0; p=0.69 and 1.8±1.5 vs. 1.7±0.8; p=0.91). Group 1 presented an inverse correlation between disease duration and CP 2 (R=-0.58; p=0.025). CONCLUSION: A significant number of patients with T1D have detectable residual insulin secretion, especially in the first 5 years of disease. These subjects are an ideal population for clinical trials that target the prevention of β cell function loss in T1D.