OBJETIVO: Analisar os fatores relacionados à determinação e às desigualdades no acesso e uso dos serviços de saúde por idosos. MÉTODOS: Estudo integrante do Projeto Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (SABE), no qual foram entrevistados 2.143 indivíduos com 60 anos ou mais no município de São Paulo, SP, em 2000. A amostra foi obtida em dois estágios, utilizando-se setores censitários com reposição, probabilidade proporcional à população e complementação da amostra de pessoas de 75 anos. Foi mensurado o uso de serviços hospitalares e ambulatoriais nos quatro meses anteriores à entrevista, relacionando-os com fatores de capacidade, necessidade e predisposição (renda total, escolaridade, seguro saúde, morbidade referida, auto-percepção, sexo e idade). O método estatístico utilizado foi regressão logística multivariada. RESULTADOS: Dos entrevistados, 4,7% referiram ter utilizado a internação hospitalar e 64,4% o atendimento ambulatorial. Dos atendimentos ambulatoriais em serviço público, 24,7% ocorreram em hospital e 24,1% em serviço ambulatorial; dentre os que ocorreram em serviços privados, 14,5% foram em hospital e 33,7% em clínicas. Pela análise multivariada, observou-se associação entre a utilização de serviços e sexo, presença de doenças, auto-percepção de saúde, interação da renda e escolaridade e posse de seguro saúde. A análise isolada com escolaridade apresentou efeito inverso. CONCLUSÕES: Foram observadas desigualdades no uso e acesso aos serviços de saúde e inadequação do modelo de atenção, indicando necessidade de políticas públicas que levem em conta as especificidades dessa população, facilitem o acesso e possam reduzir essas desigualdades.
OBJECTIVE: To describe factors associated to inequalities in access to health care services and utilization for the elderly. METHODS: Study part of the Health, Well-being and Aging in Latin America and the Caribbean ("SABE") Survey that included 2,143 elderly individuals aged 60 or older in the city of São Paulo, southeastern Brazil, in 2000. A two-step sampling procedure with probability proportional to size was carried out using census tracts with replacement. To achieve the desired number of respondents aged 75 or older, additional households close to the selected census tracts were sampled. Access to health services and utilization were measured for outpatient and hospital services during a 4-month period prior to the interview, and correlated to factors related to ability, need and predisposition (total income, schooling, health insurance, reported medical condition, self-perception, gender and age).Multivariate logistic regression was performed in the analysis. RESULTS: Of all respondents, 4.7% reported being hospitalized and 64.4% seeking outpatient care in the four months prior to the study. As for public outpatient care provided, 24.7% were in hospital clinics and 24.1% in other public outpatient services. As for private care, 14.5% received care in hospitals and 33.7% in health clinics. The multivariate analysis showed an association between health service utilization and sex, medical condition, self-perceived health, income, schooling, and health insurance. However, an inverse effect was found for the variable "schooling". CONCLUSIONS: The study results show inequalities in access to health services and utilization as well as a deficient health care system. Public policies should take into account the specific needs of the elderly population to facilitate access to health care services and reduce inequalities.
OBJETIVO: Analizar los factores relacionados a la determinación y las desigualdades en el acceso y uso de los servicios de salud por ancianos. MÉTODOS: Estudio integrante del Proyecto Sáude, Bem-Estar e Envelhecimento (SABE Salud, Bienestar y Envejecimiento), en el cual fueron entrevistados 2.143 individuos con 60 años o más en el municipio de Sao Paulo (Sudeste de Brasil), en 2000. La muestra fue obtenida en dos fases, utilizándose sectores sometidos a censo con reposición, probabilidad proporcional a la población y complementación de la muestra de personas de 75 años. Fue medido el uso de servicios hospitalarios y ambulatoriales en los cuatro meses anteriores a la entrevista, relacionándolos con factores de capacidad, necesidad y predisposición (renta total, escolaridad, seguro de salud, morbilidad referida, autopercepción, sexo y edad). El método estadístico utilizado fue regresión logística multivariada. RESULTADOS: De los entrevistados, 4,7% refirieron haber utilizado la internación hospitalaria y 64,4% el atendimiento ambulatorial. De los atendimientos ambulatoriales en servicio público, 24,7% ocurrieron en hospital y 24,1% en servicio ambulatorial; dentro de los que ocurrieron en servicios privados, 14,5% fueron en hospital y 33,7% en clínicas. Por análisis multivariada, se observó asociación entre la utilización de servicios y sexo, presencia de enfermedades, autopercepción de salud, interacción de renta y escolaridad y posesión de seguro de salud. El análisis solamente con escolaridad presentó efecto inverso. CONCLUSIONES: Fueron observadas desigualdades en el uso y acceso a los servicios de salud y modelo inadecuado de atención, indicando necesidad de políticas públicas que lleven en cuenta las especificaciones de esa población, faciliten el acceso y puedan reducir esas desigualdades.