Os objetivos neste trabalho foram avaliar as relações entre os escores visuais de estrutura corporal, precocidade e musculosidade ao sobreano (aproximadamente 550 dias de idade) com características de crescimento para verificar as possibilidades de utilizar essas características como critérios de seleção. Foram obtidas estimativas dos componentes de covariâncias por máxima verossimilhança restrita empregando-se um modelo animal com o efeito fixo de grupo contemporâneo e a idade como covariável (efeitos linear e quadrático). Os grupos contemporâneos foram definidos pelas variáveis: sexo; ano, estação e fazenda de nascimento; e fazenda e grupo de manejo aos 120, 210, 365 e 550 dias de idade. Foram utilizadas 1.367 observações de estrutura corporal, precocidade e musculosidade. As estimativas de herdabilidade foram de 0,24 ± 0,09 para estrutura corporal; 0,63 ± 0,12 para precocidade e 0,48 ± 0,11 para musculosidade, e as estimativas de correlações genéticas entre os escores foram 0,49 entre estrutura corporal e precocidade; 0,63 entre estrutura corporal e musculosidade; e 0,90 entre precocidade e musculosidade. As correlações genéticas entre os escores de estrutura corporal, precocidade e musculosidade, e o peso ao sobreano foram todas positivas (0,83; 0,42 e 0,50, respectivamente), enquanto as estimativas de correlações genéticas entre altura de posterior e os escores de estrutura corporal, precocidade e musculosidade, respectivamente, foram 0,57, -0,29 e -0,33. As características estrutura corporal, precocidade e musculosidade ao sobreano apresentaram variação genética aditiva de moderada a alta. As correlações genéticas dos escores com altura do posterior indicam que a seleção de animais mais altos, ainda que indireta, pode ocasionar aumento da estrutura corporal média dos animais, que poderão ser menos precoces e menos musculosos ao sobreano. A seleção para os escores visuais, principalmente para estrutura corporal, deve promover aumento no peso ao sobreano dos animais.
The objectives of this study were to evaluate the associations between visual scores of body structure, precocity and muscling at 550 days of age and growing traits, and verify the possibilities of applying these traits as selection criteria. (Co)variance components were estimated by restricted maximum likelihood, employing an animal model with fixed effects of contemporary group and age as a covariate (linear and quadratic effects). Contemporary groups were defined by variables: sex; year, season and herd of birth; herd and management group at 120, 210, 365 and 550 days of age. Scores from 1,367 animals for body structure, precocity and muscling were evaluated. Heritability estimates for the visual scores were 0.24 ± 0.09 for body structure, 0.63 ± 0.12 for precocity and 0.48 ± 0.11 for muscling. Genetic correlations estimates among the scores were 0.49 for body structure and precocity, 0.63 between body structure and muscling, 0.90 between precocity and muscling. The genetic correlation estimates among the scores of body structure, precocity and muscling and weight at 550 days were all positive (0.83, 0.42 and 0.50, respectively), while the genetic correlation estimates between hip height and body structure, precocity and muscling were 0,57, -0,29 and -0,33, respectively. Scores for body structure, precocity and muscling at 550 days of age presented moderate-to-large additive genetic variability. The genetic correlation estimates between visual scores and hip height indicated that the selection of taller animals, even though indirectly, can increase the body structure of animals and decrease precocity and muscling at 550 days. Selection for visual scores, especially body structure, should increase animal weight at 550 days.