BASES: O Índice de Desvio da Marcha, inicialmente utilizado para avaliar a marcha de crianças com paralisia cerebral, tem sido utilizado como parâmetro quantitativo de alterações de marcha de indivíduos com outras condições. No entanto, não existem estudos que avaliem alterações no padrão de marcha de indivíduos hemiparéticos crônicos pós-AVC com base nesse índice. OBJETIVOS: Caracterizar as alterações no padrão de marcha de acordo com o Índice de Desvio da Marcha e parâmetros espácio-temporais da marcha de sujeitos hemiparéticos crônicos em relação a indivíduos saudáveis. MÉTODOS: Estudo retrospetivos. Os dados foram obtidos a partir da base de dados do Laboratório de Marcha do Hospital Israelita Albert Einstein. Trinta indivíduos foram incluídos neste estudo, com AVC unilateral, isquêmico ou hemorrágico, crônico (tempo pós-lesão> 6 meses) e habilidade de caminhada classificada como 2, 3, 4 ou 5 segundo a Categoria de Ambulação Funcional. Os dados de 87 indivíduos saudáveis foram incluídos no grupo controle, obtido a partir da base de dados de normalidade. A análise estatística foi aplicada através do teste de Kruskall Wallis, seguido do teste pós-hoc de Mann-Whitney, considerando um valor p crítico <0,05. RESULTADOS: Os valores observados para o Índice de Desvio da Marcha foram menores para os membros paréticos (64,69 ± 16,29) e não-paréticos (64,88 ± 15) em relação ao controle (101,01 ± 10,12; p <0,001). Não foram observadas diferenças nos escores do Índice de Desvio da Marcha entre os membros paréticos e não paréticos (p> 0,99). CONCLUSÃO: Os achados do presente estudo demonstram que o Índice de Desvio da Marcha pode ser um parâmetro sensível para identificar alterações no padrão de marcha de indivíduos hemiparéticos crônicos pós-AVC.
BACKGROUND: The Gait Deviation Index, initially conceived to evaluate the gait of children with cerebral palsy, has been used as a quantitative parameter of gait pattern changes of individuals with other conditions. However, there are no studies evaluating changes in the gait pattern of chronic hemiparetic post-stroke subjects based on this index. AIMS: To characterize the changes in gait pattern according to the Gait Deviation Index and gait spatiotemporal parameters of chronic hemiparetic subjects compared to healthy subjects. METHODS: Retrospective study. Data were obtained from the database of the Gait Laboratory of Hospital Israelita Albert Einstein. Thirty subjects were included in this study, with previous unilateral, ischemic or hemorrhagic chronic stroke (time post-lesion > 6 months) and ability of walking classified as 2, 3, 4 or 5 according to Functional Ambulation Category. Data from 87 healthy subjects were included in control group, obtained from a normality database. Statistical analysis was applied through the Kruskall Wallis test, followed by Mann-Whitney post-hoc test, considering a critical p value <0.05. RESULTS: The Gait Deviation Index scores were decreased for both paretic (64.69 ± 16.29) and non-paretic limbs (64.88 ± 15.00) compared to control (101.01 ± 10.12; p < 0.001). No differences were observed in Gait Deviation Index scores between paretic and non-paretic limbs (p > 0.99). CONCLUSION: The findings of the current study demonstrate that the Gait Deviation Index may be a sensitive parameter to identify changes in the gait pattern of chronic hemiparetic post-stroke subjects.