OBJETIVO: Identificar o que os médicos-oncologistas informam aos seus pacientes, verificar o que levam em consideração no processo de informar, e averiguar a quem fornecem a informação. MÉTODOS: Os sujeitos da pesquisa foram oncologistas, recrutados dentre aqueles inscritos na Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Foi enviado para a sociedade, via correio, todo o material a ser encaminhado aos oncologistas. Os envelopes, selados previamente, continham: formulário para coleta de dados e informações para o preenchimento e termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Os dados obtidos foram tratados estatisticamente obedecendo a um intervalo de confiança de 95%. RESULTADOS: Foram encaminhadas 876 correspondências (total de médicos associados à SBOC) e obteve-se um índice de 16,55% de resposta. Quanto ao que informam, 81% dos médicos responderam que informavam o diagnóstico, o tratamento e o prognóstico aos seus pacientes; entretanto, 73% relataram que, em grande parte dos casos, o paciente já tem conhecimento da sua doença. Por sua vez, a informação é fornecida ao paciente e à sua família por 81% dos médicos. Dentre os aspectos relevantes no processo de informar, destaca-se que o gênero do paciente pouco influencia na informação para 95% dos médicos. CONCLUSÃO: Diante dos resultados apresentados, conclui-se que na população estudada existe a preocupação em informar adequando-se ao perfil do paciente. Percebe-se, ainda, que os oncologistas tentam prover o paciente do que lhe é de direito - a verdade -, embora muitas vezes recorram à família para auxiliar no fornecimento das informações.
OBJECTIVE: To identify what information is provided to the patients by oncologists, assess what they take into account in the process of informing the patient, and to ascertain whom the information is provided to. METHODS: The study subjects were oncologists recruited among those registered at the Brazilian Society of Clinical Oncology - SBOC. All material was mailed to the Society, which was then forwarded to the participant oncologists. The previously stamped envelopes contained: a questionnaire, the questionnaire instructions, and the informed consent form to be signed. The data obtained was statistically treated, following a 95% confidence interval. RESULTS: 876 questionnaires were sent (total number of physicians registered at SBOC) and a 16.55% response rate was achieved. Regarding the information provided, 81% of the physicians responded they informed patients about diagnosis, treatment and prognosis; however, 73% reported that in most cases the patient is already aware of his/her disease. Nevertheless, the information is provided to the patient and his(her) family by 81% of doctors. Among the relevant aspects in the information process, the patient's gender has little influence on the information for 95% of doctors. CONCLUSION: Considering the results achieved, we conclude that in the study population, physicians are concerned about providing information according to the patient's profile. We could also notice that oncologists try to provide patients with the information they are entitled to - the truth, although they often resort to the family's assistance in providing that information.