OBJETIVOS: Examinar a relação entre o desempenho da marcha e a quantidade e tipo de atividades na comunidade em indivíduos após acidente vascular encefálico (AVE). MÉTODOS: Realizou-se um estudo observacional transversal em 14 indivíduos com AVE, aptos a deambular, residentes em Sydney. Resultados demográficos (como idade, gênero, lado hemiparético, tempo desde o AVE, estado civil) e aspectos de desempenho da marcha (como velocidade, resistência, automaticidade e habilidade de usar escadas) foram avaliados. Os indivíduos foram observados por pelo menos cinco horas durante suas atividades na comunidade. Essas atividades foram então categorizadas em quatro tipos: intrínseco-doméstica, extrínseco-doméstica, atividade de lazer com contato e atividade de lazer sem contato. RESULTADOS: Nenhuma relação foi encontrada entre desempenho da marcha e quantidade de atividades na comunidade. Também não houve relação entre desempenho da marcha e tempo gasto em atividade intríseco-doméstica. Velocidade da marcha e habilidade no uso de escadas correlacionaram-se significativamente com atividade de lazer com contato (r=0,56, p=0,04 e r=0,57, p=0,03, respectivamente) e correlacionaram-se inversamente com atividade de lazer sem contato (r=-0,72, p<0,01, e r=-0,66, p=0,01, respectivamente). Desempenho da marcha correlacionou-se inversamente com atividade de lazer sem contato (r=-0,77, p<0,01). Apenas habilidade no uso de escadas correlacionou-se significativamente com atividade extrínseco-doméstica (r=0,77, p<0,01). CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que se o desempenho da marcha fica comprometido após o AVE, as atividades em casa e na comunidade serão limitadas e, com isso, os indivíduos podem se tornar confinados à casa e isolados da sociedade.
OBJECTIVES: To examine the relationship between clinical walking performance and amount and type of community activity in people after stroke. METHODS: A cross-sectional observational study of 14 people with stroke living in Sydney and able to walk was carried out. Demographics (such as age, gender, side of stroke, time since stroke, presence of spouse) and aspects of walking performance (such as speed, capacity, automaticity, and stairs ability) were measured. People with stroke were observed for at least five hours while they carried out activities in the community. These activities were then categorized into four types: domestic intrinsic, domestic extrinsic, leisure without contact, and leisure with contact activity. RESULTS: No relationship was found between walking performance and the amount of community activity. There was no relationship between walking performance and total time spent on domestic intrinsic activity. Walking speed and stairs ability were significantly correlated with leisure with contact activity (r=0.56, p=0.04, and r=0.57, p=0.03 respectively) and inversely correlated with leisure without contact (r=-0.72, p<0.01, and r=-0.66, p=0.01 respectively). Walking capacity was also inversely correlated with leisure without contact (r=-0.77, p<0.01). Only stairs ability was significantly correlated with domestic extrinsic activity (r=0.77, p<0.01). CONCLUSIONS: Findings suggest that if walking performance is poor after stroke, activities at home and in the community will be limited, so that people may become housebound and isolated from society.