Resumo: O estudo teve como objetivo analisar a associação entre o acesso aos serviços de atenção primária à saúde dos adolescentes e adultos jovens e a cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF). Trata-se de estudo transversal, a partir de um inquérito domiciliar realizado com 812 indivíduos de 15 a 24 anos de idade, em Camaçari, Bahia, Brasil, por meio de uma amostragem por conglomerados. Variáveis demográficas, socioeconômicas, de saúde e dos serviços de saúde foram utilizadas para descrição da população, segundo a área de cobertura de atenção primária à saúde. A associação entre área de cobertura da atenção primária à saúde e acesso aos serviços desta, as barreiras de acesso e a participação em atividades educativas foram estimadas por meio da razão de prevalência (RP), com uso do modelo de regressão logística multinível no software R. O acesso aos serviços de atenção primária à saúde foi referido por 89,5% dos indivíduos, não havendo diferenças estatisticamente significantes entre esse tipo de acesso e a área de cobertura da ESF. Entretanto, entre indivíduos residentes em áreas cobertas pela ESF, verificou-se maior acesso às ações de prevenção de agravos e promoção da saúde (RP = 3,0; IC95%: 1,68-5,34), mas também menor probabilidade de o atendimento ocorrer no mesmo dia de marcação da consulta (RP = 0,60; IC95%: 0,48-0,74) e menor disponibilidade de transporte coletivo (RP = 0,59; IC95%: 0,39-0,90). Os dados deste estudo apontaram elevada prevalência de acesso aos serviços de atenção primátria à saúde entre os adolescentes e adultos jovens. Ainda que não se tenham observado diferenças do acesso entre as áreas com cobertura da ESF, a maior participação desses indivíduos em atividades de prevenção e promoção da saúde reforçam a importância dessa estratégia no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Abstract: The study sought to analyze the association between adolescents and young adults’ access to primary health care services and Family Health Strategy (FHS) services. It is a cross-sectional study based on a household survey of 812 individuals aged between 15 and 24 years in Camaçari, Bahia State, Brazil, through cluster sampling. Demographic, socioeconomic, health and health service variables were used to describe the population according to primary health care area. The association between primary health care coverage area and access to its services, access barriers and participation in educational activities were estimated through prevalence ratios (PR) using multilevel logistic regression models in the R software. Access to primary health care services was reported by 89.5% of individuals, with no statistically significant differences between this type of access and primary health care coverage area. However, among individuals who reside in areas covered by FHS, there was greater access to harm reduction and health promotion actions (PR = 3.0; 95%CI: 1.68-5.34), but also lower probability of being seen by a health worker on the same day the appointment was scheduled (PR = 0.60; 95%CI: 0.48-0.74) and lower availability of public transportation (RP = 0.59; 95%CI: 0.39-0.90). Study results point to a high prevalence of access to primary health care services among adolescents and young adults. Though we did not observe a difference in access between areas with FHS coverage, young people’s greater participation in prevention and health promotion activities reinforces this strategy’s importance within Brazilian Unified National Health System (SUS).
Resumen: El objetivo de este estudio fue analizar la asociación entre el acceso a los servicios de atención primaria en salud de adolescentes y adultos jóvenes y la cobertura de la Estrategia de Salud Familiar (ESF). Se trata de un estudio transversal, a partir de una encuesta domiciliaria, realizada con 812 individuos de 15 a 24 años de edad, en Camaçari, Bahía, Brasil, mediante una muestra por conglomerados. Se utilizaron variables demográficas, socioeconómicas, de salud y de servicios de salud para la descripción de la población, según el área de cobertura de atención primaria en salud. La asociación entre área de cobertura de la atención primaria en salud y el acceso a los servicios de esta, las barreras de acceso, y la participación en actividades educativas se estimaron mediante la razón de prevalencia (RP), con el uso del modelo de regresión logística multinivel en el software R. Un 89,5% de los individuos informó de acceso a servicios de atención primaria en salud, no existiendo diferencias estadísticamente significativas entre este tipo de acceso y el área de cobertura de la ESF. No sólo entre individuos residentes en áreas cubiertas por la ESF se verificó un mayor acceso a las acciones de prevención de enfermedades y promoción de la salud (RP = 3,0; IC95%: 1,68-5,34), sino también una menor probabilidad de que la atención se produzca el mismo día en el que se fija la consulta (RP = 0,60; IC95%: 0,48-0,74) y una menor disponibilidad de transporte colectivo (RP = 0,59; IC95%: 0,39-0,90). Los datos de este estudio apuntaron una elevada prevalencia de acceso a los servicios de la atención primaria en salud entre los adolescentes y adultos jóvenes. A pesar de que no se hayan observado diferencias de acceso entre las áreas con cobertura de la ESF, la mayor participación de estos individuos en actividades de prevención y promoción de la salud refuerza la importancia de esta estrategia en el ámbito del SUS.