Os n-alcanos presentes na cutícula das plantas têm sido utilizados com sucesso como marcadores fecais para a estimar a ingestão e a digestibilidade ~ dos alimentos em ruminantes. Em porcos, existem poucos trabalhos publicados referentes à utilização da técnica dos n-alcanos, particularmente em suínos de raça Alentejana. Este trabalho teve como objectivo a validação da técnica dos n-alcanos para a estimativa da ingestão e digestibilidade dos alimentos em porcos de raça Alentejana. Para tal, realizou-se um ensaio em caixas metabólicas, numa sala de ambiente controlado, com 8 porcos alentejanos, machos, com peso médio de cerca de 58 kg. Foi fornecida uma dieta, composta por 3 kg de bolota e 400 g de erva, distribuída em duas refeições diárias. Os animais foram aleatoriamente distribuídos por 2 grupos de 4 animais cada. Aos animais do grupo 1 foi fornecido um bolinho por dia, contendo 100 mg de C32 e 150 mg de C36 e aos animais do grupo 2, 2 bolinhos por dia contendo 50 mg de C32 e 75 mg de C36. Foram feitas recolhas de fezes para amostragem a partir do primeiro dia de administração dos n-alcanos, durante 10 dias, para determinação do perfil de excreção dos marcadores; recolhas de fezes per rectum, de 4 em 4 horas, durante 3 dias para determinar a variação diurna da concentração fecal dos n-alcanos, e recolhas das fezes totais, durante 5 dias, para determinar as recuperações dos n-alcanos. A estabilização da excreção dos n-alcanos foi atingida no 5º dia após o primeiro dia de administração. Não se verificaram variações diurnas das concentrações fecais dos nalcanos pares e ímpares, pelo que em condições semelhantes às do presente ensaio, as estimativas de ingestão e digestibilidade poderão ser baseadas em apenas uma colheita diária de amostra de fezes. As recuperações fecais dos C32 e C36 foram de 106,8% e 110,0%, e as dos C27, C29 e C31 de 75,1%, 133,9% e 91,5%, respectivamente. Dado o elevado erro padrão das médias (10,7), aquelas taxas de recuperação não foram significativamente (P=0,05) diferentes.
The plant epicuticular n-alkanes have been used with success as faecal markers for the estimation of intake and digestibility in ruminants, but few reports have been published with pigs, particularly, “Alentejano” pigs. The aim of this experiment is to validate the n-alkanes technique for the estimation of diet intake and digestibility in pigs of the “Alentejano” breed. An experiment was carried out with eight male “Alentejano” pigs (average LW 58 kg), housed in metabolic cages, in a controlled environment room. The animals were given a diet composed by 3kg of acorns and 400 g of grass per day, distributed into two meals (9:30 am and 5:30 pm). The animals were randomly distributed in two groups of four animals each. Animals in group 1 received one small cake per day containing 100 mg of C32 and 150 mg of C36 and in group 2 received two small cakes per day containing 50 mg of C32 and 75 mg of C36. Faecal samples were collected daily, for ten days, from the first day of alkanes administration, to determine the pattern of excretion of the markers. Also per rectum faecal samples were taken, every four hours, during three days, to determine daily variation of faecal n-alkanes concentration. Moreover, total faecal collection was carried out, for 5 days, to determine faecal n-alkane recoveries. The faecal excretion of the artificial n-alkanes stabilized on the fifth day after the first dosing of the alkanes. No daily variation was observed in the faecal concentrations of even-chain and odd chain n-alkanes, therefore indicating that, in similar experimental conditions, intake and digestibility estimates can be based upon only one daily faecal sample collection. The C32 and C36 recoveries were 107% and 110% respectively and those of C27, the C29, the C31 were 75,1% 133,9% and 91,5% respectively. Given the high mean standard error (10,7) obtained, those recoveries were not significantly (P>0,05) different.