RESUMO Contexto: O exercício físico retarda o processo sarcopênico e pode reverter a perda de força muscular, melhorar a qualidade de vida e prognóstico em cirróticos. Objetivo: O objetivo foi verificar os efeitos do exercício aeróbico presencial versus domiciliar sobre variáveis fadiga, força muscular respiratória e periférica, capacidade funcional e qualidade de vida em pacientes com cirrose compensada. Métodos: Os pacientes foram selecionados por conveniência, estratificados e randomizados em exercício presencial supervisionado (n=13) e exercício domiciliar sem supervisão diária (n=12). Os pacientes foram submetidos a um programa de exercícios físicos aeróbicos, com duração progressiva de 30 minutos a 1 hora, duas vezes por semana durante 12 semanas. Antes de iniciar o programa e a cada 4 semanas, todos os pacientes de ambos os grupos foram avaliados quanto à fadiga (escala de gravidade da fadiga), força muscular respiratória (Pimáx e Pemáx) e periférica (pico de torque do quadríceps concêntrico), capacidade funcional (distância caminhada de 6 minutos) e qualidade de vida (questionário Short Form-36 Health Survey). Resultados: O grupo presencial apresentou redução da fadiga (P<0,001), aumento da força muscular inspiratória (P<0,001), expiratória (P<0,001), e periférica (P<0,001), da DTC6 (P<0,001) e melhora da qualidade de vida. O grupo domiciliar não apresentou melhora significativa nessas variáveis. Conclusão: Um programa presencial de exercícios aeróbicos moderados em pacientes com cirrose compensada reduz a fadiga, melhora a capacidade funcional e qualidade de vida, aumenta força muscular respiratória e periférica. Os exercícios físicos domiciliares não provocam os mesmos efeitos adaptativos nesta população.
ABSTRACT Background: Physical exercise delays the sarcopenic process and can reverse the loss of muscle strength, improve quality of life and prognosis in cirrhotic patients. Objective: The aim was to verify the effects of face-to-face versus home aerobic exercise on the variables fatigue, respiratory and peripheral muscle strength, functional capacity and quality of life in patients with compensated cirrhosis. Methods: Patients were selected by convenience, stratified and randomized into supervised face-to-face exercise (n=13) and home exercise without daily supervision (n=12). Patients were submitted to a program of aerobic physical exercises, with progressive duration of 30 to 50 minutes, twice a week for twelve weeks. Before starting the program and every four weeks, all patients in both groups were assessed for fatigue (fatigue severity scale), respiratory (Pimáx and Pemáx) and peripheral (concentric quadriceps peak torque) muscle strength, functional capacity (6-minute walking distance) and quality of life (Short Form-36 Health Survey questionnaire). Results: The face-to-face group showed reduced fatigue (P<0.001), increased inspiratory (P<0.001), expiratory (P<0.001) and peripheral (P<0.001) muscle strength of the 6MWD (P<0.001) and improved quality of life. The home group showed no significant improvement in these variables. Conclusion: A face-to-face program of moderate aerobic exercise in patients with compensated cirrhosis reduces fatigue, improves functional capacity and quality of life and increases respiratory and peripheral muscle strength. Home physical exercises do not cause the same adaptive effects in this population.