OBJETIVOS: Avaliar a presença de história de comportamento inibido e de transtornos de ansiedade na infância em pacientes brasileiros adultos com transtorno do pânico e com transtorno de ansiedade social, comparando-os com um grupo controle. MÉTODOS: Cinqüenta pacientes com transtorno do pânico, 50 com transtorno de ansiedade social e 50 controles participaram do estudo. Para avaliar a presença de história de ansiedade na infância foi utilizada a Escala para Avaliação de Transtornos Afetivos e Esquizofrenia para Crianças em Idade Escolar - Versão Epidemiológica (K-SADS-E) e o Diagnostic Interview for Children and Adolescents-Parent Version (DICA-P). A presença de comportamento inibido na infância foi avaliada através da Escala Auto-Aplicativa de Comportamento Inibido - Versão Retrospectiva (RSRI-30). RESULTADOS: Os pacientes apresentavam uma prevalência significativamente maior de história de transtornos de ansiedade e de comportamento inibido em relação ao grupo controle. Pacientes com transtorno de ansiedade social apresentavam, também, taxas significativamente maiores de transtorno de evitação (46% x 18%, p = 0,005), transtorno de ansiedade social (60% x 26%, p = 0,001), presença de pelo menos um transtorno de ansiedade na infância (82% X 56%, p = 0,009), comportamento inibido global (2,89 ± 0,61 vs. 2,46 ± 0,61, p < 0,05) e comportamento inibido escola/social (3,56 ± 0,91 vs. 2,67 ± 0,82, p < 0.05) na infância em comparação com pacientes com transtorno do pânico. CONCLUSÃO: Nossos dados são similares aos encontrados na literatura e corroboram a teoria da diátese de ansiedade, sugerindo que a história de transtornos de ansiedade na infância é associada com transtornos de ansiedade, principalmente transtorno de ansiedade social, na vida adulta.
PURPOSE: To evaluate the presence of behavioral inhibition and anxiety disorders during childhood in Brazilian adult patients with panic disorder and social anxiety disorder compared to a control group. METHODS: Fifty patients with panic disorder, 50 patients with social anxiety disorder, and 50 control subjects were included in the study. To assess the history of childhood anxiety, the Schedule for Affective Disorders and Schizophrenia for School Age Children, Epidemiologic Version (K-SADS-E), and the Diagnostic Interview for Children and Adolescents-Parent Version (DICA-P) were used. The presence of behavioral inhibition in childhood was assessed by the self-reported scale of Behavioral Inhibition Retrospective Version (RSRI-30). RESULTS: Patients showed significantly higher prevalence of anxiety disorders and behavioral inhibition in childhood compared to the control group. Patients with social anxiety disorder also showed significantly higher rates of avoidance disorder (46% vs. 18%, p = 0.005), social anxiety disorder (60% vs. 26%, p = 0.001), presence of at least one anxiety disorder (82% vs. 56%, p = 0.009) and global behavioral inhibition (2.89 ± 0.61 vs. 2.46 ± 0.61, p < 0.05) and school/social behavioral inhibition (3.56 ± 0.91 vs. 2.67 ± 0.82, p < 0.05) in childhood compared to patients with panic disorder. CONCLUSION: Our data are in accordance to the literature and corroborates the theory of an anxiety diathesis, suggesting that a history of anxiety disorders in childhood is associated with an anxiety disorder diagnosis, mainly social anxiety disorder, in adulthood.