Resumo O artigo aborda esquematicamente a ascensão do neoliberalismo no Brasil e traça uma proposta de “tipologia” das cidades que emergiram com o capitalismo - cidades despóticas, cidades disciplinares e cidades de controle - que permite revelar a penetração e instauração do neoliberalismo na vida cotidiana. Para tanto, baseou-se sobretudo, mas não só, nas análises críticas de Foucault ao neoliberalismo. O aporte pretendido no debate sobre a cidade neoliberal em voga é o de que o neoliberalismo não é uma radicalização do liberalismo econômico clássico - que por meio da financeirização e do “menos Estado” fragmenta e segrega a cidade -, mas sim uma nova forma de normalização social fundada num intervencionismo do Estado em seus vários níveis e, em consequência, na cidade, por meio da noção de meio e de norma.
Abstract The article schematically addresses the rise of neoliberalism in Brazil, and then outlines a proposal for a “typology” of cities that emerged with capitalism - despotic cities, disciplinary cities and cities of control - which allows revealing the penetration and establishment of neoliberalism in everyday life, to this end, we base ourselves mainly, but not only, on the critical analyzes of Foucault’s neoliberalism. The contribution intended by the article in relation to the debate about the neoliberal city in vogue is that neoliberalism is not a radicalization of the classic economic liberalism that through financialization and the “less State” that fragments and segregates the city, but it is a new form of social normalization based on State interventionism at its various levels and, consequently, in the city, through the notion of means and norms.
Résumé L’article aborde schématiquement la montée du néolibéralisme au Brésil, puis esquisse une proposition de “typologie” des villes qui ont émergé avec le capitalisme - villes despotiques, villes disciplinaires et villes de contrôle - qui permet de révéler la pénétration et l’implantation du néolibéralisme dans la vie quotidienne, à cette fin nous nous appuyons principalement, mais pas seulement, sur les analyses critiques du néolibéralisme de Foucault. L’apport voulu par l’article par rapport au débat sur la ville néolibérale en vogue est que le néolibéralisme n’est pas une radicalisation du libéralisme économique classique, qu’à travers la financiarisation et le “moins d’État” fragmente la ville, il est une nouvelle forme de normalisation sociale fondée sur l’interventionnisme de l’État à ses différents niveaux et, par conséquent, dans la ville, à travers la notion de milieu et de norme.