O objetivo deste estudo foi analisar as alterações provocadas pelo treinamento físico específico (TFE) nas respostas cardiorrespiratórias e metabólicas de 16 jogadores de futebol profissional, com média de idade de 24,2 ± 3,6 anos. Todos os atletas foram avaliados antes e depois de quinze semanas de um programa de TFE, durante período competitivo. Os futebolistas foram submetidos a teste máximo em esteira rolante, utilizando-se o protocolo de Ellestad20. A resposta de freqüência cardíaca (FC) foi registrada por meio de um eletrocardiógrafo de 3 derivações simultâneas e a pressão arterial (PA), por meio de método auscultatório. A ventilação pulmonar (V E), o consumo de oxigênio (VO2), a produção de dióxido de carbono (VCO2) e a razão de troca respiratória (RER) foram calculados a partir de valores medidos por um sistema espirométrico computadorizado (Beckman) e a capacidade anaeróbia máxima, por meio da concentração sanguínea de ácido lático, utilizando-se analisador automático. O TFE não modificou significativamente a FC máxima (192 ± 8 vs. 186 ± 6bpm) e a PA sistólica máxima (196 ± 10 vs. 198 ± 8mmHg). A resposta ventilatória máxima foi significativamente aumentada (129 ± 19 vs. 140 ± 16L.min_1 [p< 0.05]), enquanto a capacidade aeróbia máxima não foi significativamente modificada (50,0 ± 6,0 vs. 53,0 ± 5,0ml.kg._1min_1) por esse treinamento. Ao contrário, a capacidade anaeróbia máxima aumentou significativamente (8,3 ± 0,2 vs. 9,8 ± 2,4mmol.L_1 [p< 0,05]). Concluiu-se: 1) o TFE não modificou as respostas de FC e PA no repouso e no exercício máximo; 2) a maior V E no exercício máximo associada a elevada concentração sanguínea de ácido lático demonstraram que o TFE utilizado nesse estudo foi caracterizado por exercícios predominantemente intensos; e 3) o TFE não representou estímulo adequado para aumentar a capacidade aeróbia máxima dos futebolistas.
The purpose of this investigation was to study the effect of specific training on cardiorespiratory and metabolic responses in sixteen male professional soccer players, aged 24.2 ± 3.6 years old. They were evaluated before and after fifteen weeks of specific training. All subjects were submitted to an exercise test on treadmill, using Ellestad's protocol. The heart rate was recorded by means of ECG, and the arterial blood pressure by auscultatory measurement. Oxygen uptake, carbon dioxide production, and pulmonary ventilation were measured by a Measurement Metabolic Cart (Beckman). Maximum anaerobic capacity was evaluated by blood lactate concentration, using an automated analyzer. Specific training did not modify the maximum heart rate (192 ± 8 vs. 186 ± 6 beats.min_1) and the maximum systolic blood pressure (196 ± 10 vs. 198 ± 8 mmHg). Maximum respiratory ventilation was significantly increased by specific training (129 ± 19 vs. 140 ± 16 L.min_1), whereas maximum aerobic capacity was not significantly increased (50 ± 6 vs. 53 ± 5 ml.kg._1 min_1 ofO2). On the other hand, maximum aerobic capacity improved significantly (8.3 ± 0.2 vs. 9.8 ± 2.4 mmol.L_1). Conclusion: 1) the specific training used in the present study did not modify heart rate and arterial blood pressure responses at rest and during maximum exercises; 2) improvement of maximum pulmonary ventilation and higher lactic acid concentrations during maximum exercise showed that the exercise training used in this study was predominantly characterized by intense exercise, and 3) specific training was not an adequate stimulus to improve maximum aerobic capacity of the soccer players.