Resumo A orientação a práticas parentais visa modificar o contexto no qual as crianças estão inseridas como forma de potencializar mudanças em seu comportamento. Esse artigo descreve uma intervenção breve de sete encontros em modalidade individual. O programa teve como finalidades principais auxiliar os cuidadores a identificar e estimular comportamentos adequados em seus filhos; ensinar novos comportamentos; incentivar a autonomia das crianças; encontrar abordagens não-agressivas para lidar com maus comportamentos; e auxiliar na organização da rotina. Como metodologia, realizou-se a descrição de três casos, exemplificando as estratégias adotadas em cada um. A análise dos casos permitiu o delineamento de características comuns entre as práticas parentais dos pais ou cuidadores. Os casos relatados neste estudo evidenciam que as famílias utilizam punição corporal, apresentam dificuldade de empatizar com a criança, possuem um estilo parental autoritário e expectativas incompatíveis com a idade das crianças. Além disso, a infância dos pais ou cuidadores apresentou forte influência no desenvolvimento de suas práticas parentais. A sobrecarga na figura materna também ficou evidente nos casos de famílias intactas. Por fim, a intervenção pode estabelecer um contato inicial da família com um serviço de psicologia, incentivando contato posterior com serviços que possam atender às demais dificuldades. A partir dos resultados examinados, conclui-se que a intervenção breve apresentou resultados positivos na mudança das relações familiares. Porém, o estudo precisa estabelecer uma medição quantitativa antes e depois da intervenção, além de uma sessão de seguimento para verificar se as mudanças são de longo prazo.
Abstract Orientation to parenting practices aims to modify the context in which children are inserted as a means to induce changes in their behavior. This article describes a brief seven-session individual intervention program aimed to help guardians identifying and encouraging appropriate behavior in their children, teaching new behaviors, encouraging autonomy, finding non-aggressive approaches to dealing with bad behavior, and assisting in the routine organization. The study describes three cases, exemplifying the strategies adopted in each of them. The analysis allowed the delineation of common characteristics among parental practices, indicating that families use corporal punishment, struggle in empathizing with the child, and have an authoritarian parental style and expectations that are incompatible with children’s age. The results indicate that the childhood of parents and guardians had a strong influence on the development of their parental practices. Moreover, intact families presented an overload in the maternal figure. In this scenario, the intervention can bridge an initial contact between the family and a psychology service, encouraging later contact that can attend to other family difficulties. Despite the positive changes in family relationships enabled by this brief intervention, the study requires a pre- and post-intervention quantitative measurement and a follow-up session to verify whether these changes are long-term.
Resumen La orientación a prácticas parentales tiene por objetivo modificar el contexto en el que viven los niños como forma de potenciar cambios en su comportamiento. Este artículo describe una intervención breve de siete encuentros individuales. El programa tuvo como finalidades principales: auxiliar a los cuidadores en la identificación y estimulación de comportamientos adecuados en sus hijos; enseñar nuevos comportamientos; fomentar la autonomía de los niños; encontrar enfoques no agresivos para manejar malos comportamientos; y ayudar en la organización de la rutina. Para ello, se describió tres casos, ejemplificando las estrategias adoptadas en cada uno. El análisis de los casos permitió el delineamiento de características comunes entre las prácticas parentales de los padres/cuidadores. Los casos reportados en este estudio evidencian que las familias utilizan castigo corporal, presentan dificultad para tener empatía con el niño, poseen un estilo parental autoritario y expectativas incompatibles con la edad de los niños. Además, la infancia de los padres/cuidadores presentó una fuerte influencia en el desarrollo de sus prácticas parentales. La sobrecarga en la figura materna también estuvo evidente en los casos de familias intactas. Por último, la intervención puede establecer un contacto inicial de la familia con un servicio de psicología, incentivando un contacto posterior con servicios que puedan atender las demás dificultades de la familia. La intervención breve presentó resultados positivos en el cambio de las relaciones familiares, pero el estudio necesita establecer una medición cuantitativa pre- y posintervención y una sesión de seguimiento para verificar si los cambios son a largo plazo.