Chlamydia trachomatis é a bactéria responsável pela doença sexualmente transmissível mais prevalente no mundo. A maioria das infecções em homens e mulheres é assintomática e, quando não diagnosticada e tratada, pode causar artrite e complicações relacionadas ao aparelho reprodutor feminino. OBJETIVO: pesquisar o DNA de C. trachomatis no líquido sinovial e urina de pacientes com espondiloartropatias e artrite reumatóide (AR), avaliar a presença de anticorpos séricos IgG e IgM anti-C. trachomatis nesses dois grupos de doenças e identificar o antígeno HLA-B27 em pacientes com espondiloartropatias. MÉTODOS: a população do estudo consistiu em 15 pacientes com espondiloartropatias: nove com espondiloartropatia indiferenciada (EI) e seis com artrite reativa (ARe) (grupo I) e 15 pacientes com AR (grupo II). O DNA clamidial foi pesquisado em amostras de líquido sinovial e urina de todos os pacientes, empregando-se a PCR (Amplicor Roche, Suíça). Os anticorpos IgG e IgM anticlamidiais foram quantificados por imunofluorescência indireta (IFI), enquanto o HLA-B27 foi tipado em 15 pacientes do grupo I por citometria de fluxo. RESULTADOS: o DNA da C. trachomatis foi evidenciado apenas em uma amostra de líquido sinovial do grupo I (6,7%), sendo o paciente portador de ARe. Em dois pacientes com AR, o DNA clamidial foi identificado na urina (13,3%). Os anticorpos IgG anticlamidiais estavam presentes em oito pacientes da população estudada, três do grupo I (20%) e cinco do grupo II (33,3%). O maior título desse anticorpo (1/256) associou-se com a presença do DNA clamidial na urina de um paciente do grupo II. O anticorpo IgM não foi detectado em nenhuma amostra dos dois grupos. O antígeno HLA-B27 foi positivo em quatro indivíduos do grupo II (26,7%) e sua presença relacionou-se com sacroileíte. CONCLUSÕES: os resultados deste estudo indicam que em pacientes com diagnóstico de espondiloartropatias e artrite reumatóide, com quadro articular em atividade, a C. trachomatis não pode ser excluída como agente desencadeador.
Chlamydia trachomatis is the bacteria responsible for the most prevalent sexually transmitted disease worldwide. Most of the infections in men and women is asymptomatic and when undiagnosed and untreated may reach the joints causing not only arthritis, but also other acknowledged complications related to the female reproductive system. OBJECTIVE: To investigate C. trachomatis DNA in the urine and synovial fluid from patients with spondyloarthropathies (SpA) and rheumatoid arthritis (RA) and evaluate serum anti-C. trachomatis IgG and IgM antibodies. METHODS: The population consisted of 15 patients with spondyloarthropathies, being 9 with undifferentiated spondyloarthropathy (US) and 6 with reactive arthritis (ReA) (group I), and 15 patients with rheumatoid arthritis (RA) (group II). The chlamydial DNA was assessed in synovial fluid and urine samples of all patients by Amplicor (Roche, Swiss) PCR. The anti-chlamydial IgG and IgM antibodies were quantified through indirect imunofluorescence (IIF), while 15 patients of group I were typed for HLA-B27 by the use of flow citometry. Sociodemographical data and all information on sexual behaviour and presence of symptoms were collected through a (questionnaire in the form of) an interview. RESULTS: C. trachomatis DNA was found in only one synovial fluid sample from patient with ReA (6,7%). In two patients with RA, chlamydial DNA was identified in the urine sample (13,3%). The anti-chlamydial IgG antibodies were present in eight patients of the population studied; being three patients from group I (20%), and five from group II (33,3%). The greatest titer of this antibody 1/256 was associated with the presence of chlamydial DNA in a patient from group II. The IgM antibody was not detected in any of the samples from both groups. Four individuals from group II (26,7%) were HLA-B27 positive and its presence was related to sacroiliitis. CONCLUSIONS: The results in this study show that in patients with spondyloarthropathies and rheumatoid arthritis, presenting a picture of articular activity, one might not exclude C. trachomatis as the triggering agent