OBJETIVO: Pacientes com insuficiência cardíaca isquêmica podem ser beneficiados com a cirurgia de revascularização do miocárdio. Foram estudadas as variáveis histopatológicas que estariam associadas à melhora da fração de ejeção seis meses após a cirurgia. MÉTODOS: Em 24 pacientes estudados com indicação de cirurgia de revascularização do miocárdio, fração de ejeção < 35%, classe funcional de insuficiência cardíaca II-IV e idades entre 59 ± 9 anos, foram realizadas biópsias endomiocárdicas no transoperatório e seis meses após. Extensão de fibrose, número de células apresentando miocitólise e hipertrofia da fibra muscular foram quantificados por um sistema analisador de imagem. Revisão clínica e funcional foi repetida em seis meses. RESULTADOS: Houve melhora significativa da classe funcional de insuficiência cardíaca em 16 pacientes após os seis meses de acompanhamento (classe NYHA 2,8± 0,7 para 1,7±0,6; p <0,001), enquanto a fração de ejeção não se alterou (25 ± 6% vs. 26 ± 10%). Hipertrofia da fibra muscular foi similar nos espécimes biopsiados no pré e no pós operatório (21±4 vs. 22±4 µm), enquanto que a extensão de fibrose (8±8 vs. 21±15% área) e células apresentando miocitólise (9±11 vs. 21±15% cel) aumentaram significativamente. No entanto, a composição de um escore histológico, combinando as três variáveis, indicou maior incremento na função ventricular naqueles que apresentavam menor grau de alterações histopatológicas no pré-operatório. CONCLUSÃO: Portadores de miocardiopatia isquêmica, submetidos à revascularização do miocárdio, apresentaram melhora da função ventricular quando as alterações histopatológicas adversas do pré-operatório foram de menor grau.
OBJECTIVE: Patients with ischemic heart failure may benefit from coronary artery bypass grafting. The histopathological variables associated with improvement in ejection fraction 6 months after surgery were assessed. METHODS: This study comprised 24 patients indicated for coronary artery bypass grafting, ejection fraction < 35%, functional class II-IV heart failure, and mean age 59 ± 9 years. Endomyocardial biopsies were performed during and 6 months after surgery. Extension of the fibrosis, number of cells with myocytolysis, and hypertrophy of the muscle fiber were quantified by using a system of image analysis. Clinical and functional review was repeated within 6 months. RESULTS: A significant improvement in heart failure functional class was observed in 16 patients after 6 months of follow-up (from NYHA functional class 2.8±0.7 to 1.7±0.6; P <0.001), but the ejection fraction did not change (25±6 % vs. 26±10%). Hypertrophy of the muscle fiber was similar in the specimens biopsied in the pre- and postoperative periods (21±4 vs. 22± 4 µm), but the extension of fibrosis (8±8 vs. 21±15% area) and the number of cells with myocytolysis (9±11 vs. 21±15% cell) significantly increased. However, the composition of a histological score combining those 3 variables indicated a greater increase in the ventricular function of those with a lower degree of preoperative histopathological alterations. CONCLUSION: Patients with ischemic cardiomyopathy undergoing coronary artery bypass grafting improved their ventricular function when the preoperative adverse histopathological alterations were of a lower degree.