No Brasil existem extensas áreas com plantio de pínus para a produção de papel e celulose, processo que gera resíduos sólidos alcalinos, como o dregs. O uso desse resíduo em solos florestais é uma alternativa para correção da acidez do solo, fornecimento de nutrientes às plantas e seu próprio descarte. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito residual da aplicação superficial de dregs, comparando-o com o calcário dolomítico, nos atributos físicos e químicos de um solo ácido e no desenvolvimento de pínus. O experimento foi implantado em 2004 em Bocaina do Sul, SC, em um Cambissolo Húmico alumínico, constituindo da aplicação superficial de doses crescentes de dregs e calcário em uma área de produção de Pinus taeda L. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso com quatro repetições e parcelas com dimensão de 10 x 10 m. Os tratamentos consistiram de níveis de corretivos da acidez do solo correspondentes à recomendação indicada pelo método SMP para atingir pH 5,5 na camada de 0-20 cm, sendo: sem corretivo; dregs nas doses de 5,08 (1/4 SMP), 10,15 (1/2 SMP) e 20,3 Mg ha-1 (1 SMP); e calcário nas doses de 8,35 (1/2 SMP) e 16,7 Mg ha-1 (1 SMP). Amostras de solo em camadas foram coletadas em 2010 para análise de atributos químicos e físicos do solo. O diâmetro à altura do peito das plantas de pínus com 6,5 anos também foi avaliado. A aplicação superficial de dregs melhorou a fertilidade química do solo, com diminuição da acidez e aumento da saturação por bases de forma semelhante ao calcário, principalmente nas camadas superficiais. O dregs, assim como o calcário, diminuiu o grau de floculação da argila, mas não prejudicou a qualidade física do solo. Quanto ao crescimento em diâmetro do pínus, não houve efeito dos corretivos. Assim, a aplicação de dregs em solos florestais para elevar o pH a 5,5 é uma alternativa para o setor florestal, como forma de descarte do resíduo e aumento da fertilidade do solo.
In Brazil extensive areas are covered with pine forests, planted for pulp and paper production. This industry generates solid alkaline waste, such as dregs. The application of this dregs to forest soils is an alternative for soil acidity correction and plant nutrient supply, as well as a solution for its proper disposal. The purpose of this study was to compare the residual effect of surface application of dregs and dolomitic lime on (a) changes in the physical and chemical properties of an acidic soil and (b) pine tree development. The experiment was carried out in 2004 in Bocaina do Sul, Santa Catarina, consisting of the application of increasing dreg and lime rates to a Pinus taeda L. production area, on a Humic Cambisol, in a randomized block design with four replications and 10 x 10 m plots. The treatments consisted of levels of soil acidity amendments corresponding to the recommendations by the SMP method to reach pH 5.5 in the 0-20 cm layer, as follows: no soil amendment; dregs at 5.08 (1/4 SMP), 10.15 (1/2 SMP) and 20.3 Mg ha-1 (1 SMP); and lime at 8.35 (1/2 SMP) and 16.7 Mg ha-1 (1 SMP). Soil layers were sampled in 2010 for analyses of soil chemical and physical properties. The diameter at breast height of the 6.5 year old pine trees was also evaluated. Surface application of dregs improved soil chemical fertility by reducing acidity and increasing base saturation, similar to liming, especially in surface layers. Dregs, comparable to lime, reduced the degree of clay flocculation, but did not affect the soil physical quality. There was no effect of the amendments on increase in pine tree diameter. Thus, the alternative to raise the pH in forest soils to 5.5 with dregs is promising for the forestry sector with a view to dispose of the waste and increase soil fertility.