O debate sobre o público e o privado tem ganho crescente protagonismo na agenda educativa internacional e em diversos fóruns científicos, políticos e sociais. Este artigo visa revisitar este debate, identificando tendências atuais das medidas políticas que tendem para a introdução de uma lógica de mercado nos sistemas educativos. Através do olhar das políticas e da administração educacional, o texto recorre a evidências empíricas disponíveis que mostram os efeitos perversos, particularmente no domínio das desigualdades escolares, que têm resultado da aposta de uma administração centralizada, assim como da introdução de lógicas de mercado e de liberalização da educação. Este fenómeno será interpretado como um indicador da complexidade que reveste as políticas públicas e, nesse sentido, questiona-se a vantagem em manter uma certa dicotomização público/ privado que tende a ignorar resultados não esperados na ação coletiva.
The debate over public and private has an increasing role in international education agenda and in several scientific, political and social forums. This paper aims to revisit this debate, identifying current trends of policy measures that appeal to educational market. Through the eyes of policy and educational administration, the paper draws on empirical evidence to show perverse effects, particularly in educational inequalities, which resulted from centralized administration as well as from educational markets. This phenomenon is interpreted as an indicator of the complexity of public policy and, therefore, we question the advantage of maintaining a certain public/private dichotomy that tends to ignore unexpected results in collective action.
El debate sobre lo público y lo privado ha adquirido creciente importancia en la agenda educativa internacional y en varios foros científicos, políticos y sociales. Este artículo pretende revisar este debate, y con ello identificar las tendencias actuales de las medidas políticas que propenden a introducir una lógica de mercado en los sistemas educativos. A través de la perspectiva de la política y la administración educacional, el texto se basa en la evidencia empírica disponible que muestra los efectos perversos, en particular en el campo de las desigualdades educativas, que son fruto de una administración centralizada, así como la introducción de los principios del mercado y la liberalización de la educación. Este fenómeno se interpreta como un indicador de la red compleja que recubren la dinámica de las políticas públicas y, en consecuencia, se cuestiona la ventaja de mantener una cierta dicotomía entre lo público y lo privado que tiende a ignorar los resultados inesperados en la acción colectiva.