Resumo Desde que Cynthia Enloe perguntou, “Onde estão as mulheres?”, em 1989, os estudos sobre o lugar das mulheres nas Relações Internacionais aumentaram. Contudo, a maioria das análises desde então tem focado na participação das mulheres nas organizações internacionais, eventos e espaços institucionais, tornando invisíveis outras práticas e lugares ocupados por mulheres negras ou indígenas do Sul. Este artigo tem como objetivo destacar o papel das mulheres no nível internacional, analisando seu desempenho nas disputas sobre os significados do desenvolvimento na América Latina e Caribe, a partir de lutas contra o extrativismo. Além de denunciar os impactos desse modelo de desenvolvimento, essas lutas visam construir alternativas que, embora possam ser essencialmente locais, têm se multiplicado e articulado em todo o território Latino Americano e Caribenho, como parte de uma resistência mais ampla ao extrativismo na região. Essas lutas serão mapeadas usando um banco de dados de 259 conflitos acerca de atividades de mineração, desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa em Relações Internacionais e Sul Global (GRISUL).
Abstract Since Cynthia Enloe asked, ‘Where are the women?’ in 1989, studies about the place of women in International Relations have increased. However, most of the analyses since then have focused on the participation of women in international organisations, events and institutional spaces, making invisible other practices and places occupied by black or indigenous women from the South. This article aims to highlight the role of women at the international level, analysing their performance in disputes over the meanings of development in Latin America and the Caribbean, based on struggles against extractivism. In addition to denouncing the impacts of this development model, these struggles seek to construct alternatives that, although they could be essentially local, have been multiplied and articulated throughout the Latin American and the Caribbean territory, as part of a broader resistance to the dominant extractivism in the region. These struggles will be mapped using a database of 259 conflicts around mining activities, developed by the Research Group on International Relations and Global South (GRISUL).