RESUMO A crise desencadeada pela pandemia do coronavírus (COVID-19) expôs tanto as deficiências dos sistemas de saúde em nível global, quantoas limitações apresentadas pelo sistema alimentar global e o modelo de produção que o sustenta (agronegócio) para garantir alimentação saudável, nutritiva, diversificada e de qualidade para toda a população. Neste contexto, instala-se a possibilidade de uma transição para um novo modelo de produção, comercialização e relação entre as pessoas e com a natureza. O objetivo deste trabalho é analisar as novas estratégias de comercialização utilizadas por agricultores familiares em Santiago del Estero para introduzir seus produtos em um contexto de pandemia. A partir de entrevistas em profundidade, tanto com técnicos quanto com produtores, são caracterizados os circuitos de produção e comercialização que os agricultores familiares estão desenvolvendo e as relações com as comunidades que eles vêm empreendendo neste novo cenário. A capacidade de adaptação da agricultura familiar permite que se reconverta e inove em tempos de crise. No entanto, as condições estruturais dos territórios onde vivem e as possibilidades materiais de concretização da distribuição dos produtos, juntamente com a presença ou ausência do Estado, variam enormemente, fortalecendo as práticas coletivas ou de organização individual-familiar.
ABSTRACT The crisis unleashed by the coronavirus pandemic (COVID-19) has exposed the deficiencies of health systems at a global level and the limitations of the global food system and the production model that supports it (agribusiness) to guarantee healthy, nutritious, diversified and quality food for the entire population. Against this background, the possibility of a transition towards a new model of production, commercialization and relationship between people and with nature is deployed. The objective of this work is to analyze the novel marketing strategies used by family farmers in Santiago del Estero to introduce their products in a pandemic context. Based on indepth interviews, both with technicians and producers, the production and commercialization circuits that family farmers are developing and the community relations they have undertaken in this new scenario are characterized. The adaptation capacity of family farming makes it possible to reconvert and innovate in times of crisis. However, the structural conditions of the territories where they live and the material possibilities to achieve the distribution of products, together with the presence or absence of the state, vary enormously, strengthening collective practices or individual-family organization.
RESUMEN La crisis desatada por la pandemia de coronavirus (COVID-19) ha puesto en evidencia tanto las deficiencias de los sistemas de salud a nivel global, como las limitaciones que presenta el sistema alimentario global y el modelo de producción que lo sustenta (el agronegocio) para garantizar alimentos saludables, nutritivos, diversificados y de calidad para toda la población. Ante este panorama se instala la posibilidad de una transición hacia un nuevo modelo de producción, comercialización y de relación entre las personas y con la naturaleza. Este trabajo tiene por objetivo analizar las novedosas estrategias de comercialización que emplean agricultores familiares de Santiago del Estero para vender sus productos en un contexto de pandemia. A partir de entrevistas en profundidad, tanto a técnicos como productores, se caracterizan los circuitos de producción y comercialización que están desarrollando los agricultores familiares y las relaciones comunitarias que emprendieron en este nuevo escenario. La capacidad de adaptación que tiene la agricultura familiar hace posible que se reconviertan e innoven en tiempos de crisis. Sin embargo, las condiciones estructurales de los territorios en donde viven y las posibilidades materiales para lograr la distribución de los productos, junto a la presencia o ausencia del estado varía enormemente, fortaleciendo las prácticas colectivas y la organización familiar.