OBJETIVO: avaliar a concentração plasmática da proteína C reativa ultra-sensível (PCRus) e a sua correlação com variáveis clínicas, hormonais e metabólicas em pacientes portadoras da síndrome do ovário policístico (SOP). Métodos: estudo transversal, que incluiu 46 pacientes portadoras de síndrome do ovário policístico, diagnosticadas segundo os critérios de Rotterdam (2003), e 44 pacientes controle, que foram submetidas a dosagem da PCRus. O índice de massa corporal (IMC), a idade, a circunferência abdominal e os níveis de insulina de jejum, de testosterona, do HOMA-IR (homeostasis model assessment-insulin resistance) e do colesterol total, além de frações foram correlacionados aos níveis de PCR, utilizando-se análise de regressão multivariada. RESULTADOS: as portadoras da SOP apresentavam idade, IMC, circunferência abdominal, insulina de jejum, HOMA-IR, colesterol total e lipoproteína de baixa densidade (LDL) em concentrações plasmáticas superiores às do controle. Houve diferença significante nos níveis da PCRus entre o grupo da SOP (2,7±2,17 mg/dL) e o controle (1,6±1,49 mg/dL), p<0,05. Quando os níveis da PCRus foram categorizados em baixo (<1,0 mg/L), médio (1-3,0 mg/L) e elevado (3,0 mg/L) risco cardiovascular, 28,3% das portadoras da SOP apresentaram níveis da PCRus para baixo risco, 34,8% para médio e 37% para elevado risco cardiovascular. A prevalência da síndrome metabólica foi mais elevada entre as portadoras da SOP (30,4%), quando comparadas ao grupo controle (6,8%). Após o ajuste das variáveis de confusão, por um modelo de regressão linear multivariada stepwise, a presença da SOP mostrou efeito independente das outras variáveis sobre os níveis da PCRus. CONCLUSÕES: os níveis da PCRus foram mais elevados nas mulheres portadoras da SOP. A SOP tem efeito independente na determinação dos níveis plasmáticos da PCR.
PURPOSE: to evaluate the ultra-sensitive C-Reactive Protein level (us-CRP) in patients with Polycystic Ovary Syndrome (PCOS), and the correlation of clinical and laboratory parameters with the us-CRP level. Methods: in this cross-sectional study, 46 women with Polycystic Ovary Syndrome, according to the Rotterdam criteria, and 44 control women have been included. Serum was analyzed for C reactive protein (CRP) levels. Body mass index (BMI), age, circumference waist, HOMA-IR, total, low and high density lipoprotein cholesterol, triglycerides, glucose, testosterone and insulin levels were correlated to CRP level through a linear regression model. RESULTS: PCOS patients not only were older and had higher BMI, but their waist circumference, fasting insulin, HOMA-IR, total and LDL cholesterol were also higher, as compared to the women from the control group. A significant difference was observed in the us-CRP level between the PCOS (2.7 mg/dL±2.17) the control (1.6 mg/dL±1.49) groups. When us-CRP levels were categorized as of low (<1.0 mg/L), moderate (1-3.0 mg/L) and high (3.0 mg/L) risk for cardiovascular episodes, only 28.3% women with PCOS had us-CRP levels defined as low, 34.8% as moderate and 37% as high risk. The prevalence of Metabolic Syndrome was higher in the women with PCOS (30.4%) than in the women from the control group (6.8%). Through a stepwise linear regression model, only waist circumference, presence of metabolic syndrome and age had a confounding effect in the relation between us-CRP and PCOS. After adjustment for confounding factors, PCOS showed an independent effect on us-CRP level. CONCLUSIONS: the us-CRP levels were higher in the PCOS women than in the healthy controls. By a regression model, PCOS showed an independent effect on us-CRP level.