A cartilagem articular é um tecido altamente especializado, composto por células, os condrócitos, e um conjunto de macromoléculas, como o colágeno e os proteoglicanos. O colágeno é uma proteína fibrilar que garante resistência ao tecido, enquanto os proteoglicanos têm a função de mola biológica, sendo responsáveis pela compressibilidade da cartilagem. A complexa interação entre estas duas proteínas garante a elasticidade. Estas características específicas da cartilagem são essenciais para amortecer as grandes forças de impacto a que as articulações diartrodiais estão submetidas, sem muito gasto de energia, visto tratar-se de um tecido avascular. Em processos artrósicos ocorre um desequilíbrio entre a produção de componentes da matriz extracelular e destruição pelas metaloproteases, levando à degradação e perda do tecido cartilaginoso. A fase inicial da osteoartrose é marcada por perda de fragmentos de proteoglicanos para o líquido sinovial, aumento dos colágenos tipo II e tipo VI, aparecimento dos colágenos I e III, não típicos da cartilagem, e diminuição do colágeno tipo IX, que é importante para manter a integridade da matriz extracelular, além do entumescimento da cartilagem. Como conseqüência, a cartilagem perde suas características específicas, levando a alterações na função articular. A evolução da doença promove diminuição significativa das proteínas, até mesmo do colágeno tipo XI, que tem localização mais interna na estrutura da fibrila heterotípica, e, portanto levando até a exposição do osso. Até o momento, o tratamento da osteoartrose está baseado principalmente no controle da dor e/ou inflamação, não diminuindo ou impedindo a degradação da cartilagem articular. Neste aspecto a perspectiva de tratamento futuro da osteoartrose estaria na utilização de inibidores das metaloproteases associadas a condroprotetores interferindo no "turnover" da cartilagem e impedindo, deste modo, o processo de degradação.
Articular cartilage is a highly specialized tissue, composed by cells, the chondrocytes, and macromolecules, such as collagen and proteoglicans. Collagen is a fibrilar protein responsible for the tissue resistance. Proteoglicans have a spring-like biologic function, being responsible for compressibility of cartilage. The complex interaction between these proteins warrants the elasticity of articular cartilage. These specific cartilage characteristics are essential to amortize the shock to which the diarthrodial joints are submitted, without excess of energy expense, because it is an avascular tissue. It is observed in osteoarthritis an imbalance between extracellular matrix components production and the destruction done by matrix metalloproteinases, promoting cartilage degradation. In the early osteoarthritis process, proteoglicans fragments are lost into synovial fluid, types II and VI collagen increases, atypical types I and III collagen appears and type IX collagen decreases. These biochemical alterations modify the specific characteristics of cartilage and, consequently, the articular function. The disease progression leads to a high decrease of proteins, including also type XI collagen, located deeply into the heterotypical cartilage fibril, contributing to bone exhibition. Until now, the osteoarthritis treatment is based on the use of drugs to relief the pain and/or inflammation, without protective effect on cartilage degradation. Regarding this aspect, the synthetic metalloproteinases inhibitors associated with chondroprotector drugs may reduce the cartilage degradation and can represent a future advance treatment in osteoarthritis.