No presente estudo, avaliaram-se os efeitos da alimentação de diferentes concentrados sobre o comportamento de ovinos. A hipótese é a de que a polpa cítrica estimularia a ruminação e reduziria o risco de ocorrência de urolitíase, podendo substituir outros concentrados. Dez ovinos adultos, mestiços da raça Santa Inês, foram distribuídos em um quadrado latino com cinco tratamentos, sendo quatro destes contendo dietas com 30% de feno de capim coast-cross e 70% dos seguintes concentrados: polpa cítrica peletizada, polpa cítrica farelada, fubá de milho e farelo de trigo, e uma dieta controle com 80% de feno e 20% de ração comercial peletizada. Após 21 dias de adaptação, a cada dieta os animais foram colocados em monitoramento visual, com registro de atividade a cada três minutos, durante 24 horas consecutivas, por meio do qual foi identificado o tempo gasto na ruminação, na ingestão de alimentos e em repouso. A posição dos animais (em pé ou deitados) também foi observada. O período diurno foi considerado entre seis e 18 horas. Para comparação entre os tratamentos, os dados foram avaliados por meio de ANOVA e do teste de Tukey. Para a avaliação circadiana e entre as posições, foi utilizado o teste t de Student. Dietas com polpa cítrica promoveram tempo de ruminação semelhante aos do grupo de controle (601, 590 e 669 min, respectivamente), mas superior ao grupo alimentado com fubá de milho (421min). A produção de saliva estimada no grupo controle (26L/d) foi maior do que nos demais grupos, e os grupos com polpa cítrica tiveram maior produção de saliva do que o grupo com fubá de milho (21L/d). Ovinos em dietas ricas em concentrados descansam mais durante a noite. Em todas as dietas, cerca de 90% da ruminação ocorreu com os animais deitados. A polpa cítrica peletizada e a farelada, e em menor grau o farelo de trigo, promoveram adequadamente a ruminação. Este concentrado pode ser utilizado como medida preventiva visando diminuir a incidência de urolitíase em rebanhos ovinos.
In this study we examined the effects of different feed concentrates on sheep behaviour. Our hypothesis was that citric pulp would stimulate rumination and be capable of replacing other concentrates traditionally used for feeding in confinement, to reduce the risk of urolithiasis. Ten adult Santa Inês sheep were distributed in a Latin square with five different diets, one control diet with 80% hay and 20% commercial feed and four diets containing 30% coast-cross hay and 70% of the following concentrates: pelleted citrus pulp, citrus pulp meal, cornmeal or wheat bran. After 21d of adaptation to each one of the five diets, the sheep were visually monitored for 24 h at 3 min intervals to record the time spent ruminating, time spent eating and time spent resting; the animals' positions (standing or lying down) were also noted. Daytime was considered to be from 06:00h to 18:00h. The data were evaluated using ANOVA, with Tukey post-hoc test or throughout Two-sample T test for circadian and position assessment. Citrus pulp diets resulted in time spent ruminating similar to the control diet (601, 590 and 669 min, respectively), but greater (P<0.05) than the cornmeal group (421min), which showed that citrus pulp generated effective rumination. The estimated saliva production in the control diet (26L) was greater than in the other groups, and was greater in the citrus pulp groups (24L/d) than cornmeal (21L/d). Feeding with cornmeal led to shorter time spent eating and time spent ruminating than all other diets. The sheep had higher time spent resting at night when fed concentrates (P<0.05). For all diets, about 90% of the time spent ruminating occurred with the animals lying down. Pelleted citrus pulp, citrus pulp meal and to a lesser degree wheat bran, led to adequate time spent ruminating. The use of citrus pulp can act as a preventive management measure to reduce the incidence of urolithiasis in sheep flocks.