Resumo Objetivou-se analisar a eficácia dos passes de longa distância realizados durante os jogos da Copa do Mundo da FIFA 2014. Todas as 64 partidas foram analisadas. Porém, as prorrogações na fase eliminatória da competição não foram acrescidas na amostra. O estudo definiu o lançamento como uma ação feita por um jogador do meio campo defensivo com o objetivo de passar a bola para outro colega de equipe localizado no campo ofensivo. O resultado da ação foi avaliado com base nos seguintes critérios: finalização ao gol, manutenção da posse de bola, perda da posse de bola e recuperação da posse de bola. O total dos lançamentos também foi considerado nas análises. Ao longo do torneio houve 4.512 lançamentos. Os principais achados foram que 59% dos lançamentos resultaram em perda, 28% em manutenção e 12% em recuperação da posse da bola, mas apenas menos de 1% resultaram em finalização ao gol (F = 505,5; p <0,001 Parcial ƞ2 = 0,76). Equipes que lançaram mais perderam a bola com maior frequência. Houve mais lançamentos nos primeiros e nos últimos 15 min de jogo. Equipes da UEFA e da Concacaf executaram, respectivamente, o mais baixo e o mais alto número de lançamentos. O principal achado deste estudo é que os lançamentos apresentam baixa eficácia devido à alta taxa de perda da posse de bola, raramente criando oportunidades de finalização à meta. Quanto mais lançamentos feitos, mais posse de bola perdida.
Abstract The aim of this study was to analyze the effectiveness of long distance passes performed during the 2014 Brazil FIFA World Cup. All 64 matches were analyzed, however, actions performed during overtime were not included in the sample. The study defined long pass as an action made by a player from the defensive midfield aiming at passing the ball to another teammate located on the offensive field. The action result assessment followed these criteria: shots on goal, ball possession maintenance, loss of ball possession and ball possession recovery. Total long distance passes were also considered in the analysis. Throughout the tournament, 4,512 long distance passes were attempted. The main findings were that 59% resulted on loss, 28% on maintenance and 12% on recovery of the ball possession, but only less than 1% resulted in shots on goal (F = 505.5; p<0.001; partial ƞ2 = 0.76). Teams with the highest number of long pass attempts loose ball possession more frequently. There were more long distance passes at the first and at the last 15 min of matches. UEFA and Concacaf teams executed, respectively, the lowest and the highest number of long passes. The major outcome of this study is that long distance passes have low effectiveness due to the high rate of loss of ball possession, rarely creating score opportunities. The more the teams executed long passes, the more the teams lose ball possession.