O presente ensaio teórico discute a natureza das relações entre países no sistema internacional e suas respectivas implicações para a gestão de programas e projetos no campo da cooperação internacional para o desenvolvimento (CID), à luz dos postulados e princípios da gestão social. Parte-se do postulado que as ações de CID implicam processos de gestão e são influenciadas pela representação que o país doador faz do desenvolvimento, assim como pelas motivações que o levam a cooperar. A ciência da administração e, em particular a gestão social, tem muito a aportar para a compreensão dos resultados e revisão das práticas de gestão que acompanham as ações realizadas no campo da CID. A prática de impor e sobrevalorizar “saberes técnicos”, em detrimento dos “saberes locais”, técnicos e não técnicos, considerados inferiores, tem induzido a resultados desastrosos em termos políticos, econômicos e sociais.
This theoretical essay discusses the nature of the relationships between countries in the international system and their respective implications on the management of programs and projects in the field of international cooperation and development (ICD), according to the postulates and principles of social management. We start from the premise that the ICD actions implicate management processes and are influenced by the idea the donor country has of development, as well as its reasons for cooperating. The Science of Administration and, in particular, social management, has much to contribute for the understanding of the results and review of management practices that follow actions performed by ICD. The practice of imposing and overrating “technical knowledge”, instead of “local knowledge”, technical and non-technical, considered to be inferior, has been causing disastrous results, politically, economically and socially.
Cet essai théorique traite de la nature des relations existantes entre les pays au sein du système international et leurs incidences sur la gestion des programmes et des projets dans le domaine de la coopération internationale pour le développement (CID), à la lumière des postulats et des principes de la gestion sociale. Il part du principe que les actions de la CID supposent des processus de gestion et sont influencées par la représentation que le pays donateur se fait du développement, tout comme des motivations qui le conduisent à coopérer. La Science de la Gestion, et tout particulièrrement la gestion sociale, peut considérablement contribuer à la compréhension des résultats et au remaniement des pratiques de gestion qui accompagnent les actions réalisées dans le cadre de la CID. La pratique qui consiste à imposer et à mettre beaucoup plus en valeur les “savoirs techniques” au détriment des “savoirs locaux”, qu’ils soient techniques ou non, considérés comme inférieurs, a conduit à des résultats désastreux en termes politiques, économiques et sociaux.