Resumo Objetivou-se estimar a prevalência do acidente vascular cerebral (AVC) em brasileiros mais velhos, bem como identificar fatores sociodemográficos, de saúde, de serviços de saúde e ambientais associados à independência em atividades de vida diária. Trata-se de um estudo transversal de base populacional (Estudo Longitudinal da Saúde de Idosos Brasileiros 2015-2016). Dos 9.412 participantes, 536 indivíduos (≥ 50 anos) tiveram AVC e foram incluídos. A prevalência do AVC foi de 5,3% em indivíduos com 50 anos e mais, aumentando para 8% entre indivíduos com 75 anos e mais, com padrão dissimilar entre sexo. A independência foi associada à velocidade da marcha (razão de prevalência [RP] 2,72, IC95%: 1,96-3,77), atividade física (PR 1,24; IC95%: 1,04-1,47) e uso de dispositivos auxiliares de marcha (RP 0,63; IC95%: 0,41-0,96). Encontrou-se interação significativa para velocidade da marcha, adaptações no domicílio e a independência (RP 3,42; IC95%: 1.04-11.29). A probabilidade de independência foi de 40% nas velocidades mais baixas (< 0,4 m/s), e nas velocidades mais elevadas (> 0,8 m/s) foi de 70%, aumentando para 90% quando há adaptações no domicílio. A velocidade rápida da marcha e a adaptação no domicílio foram os principais fatores associados à independência a longo prazo após o AVC.
Abstract This study aimed at estimating the prevalence of stroke in older adults in Brazil, and at identifying the sociodemographic, health-related, health service-related, and environmental factors associated with independence in daily activities. Across-sectional, population-based study (Brazilian Longitudinal Study of Aging 2015-2016) was conducted. 536 individuals (≥ 50 years), from 9,412 participants, have had stroke and were included. Prevalence of stroke was 5.3% among individuals aged 50 years and over, increasing up to 8.0% among individuals aged 75 years and over, showing a dissimilar pattern between sex. Independence was associated with walking speed (Prevalence Ratio (PR) 2.72, 95%CI: 1.96 to 3.77), physical activity (PR 1.24; 95%CI: 1.04 to 1.47) and use of walking devices (PR 0.63; 95%CI: 0.41 to 0.96). A significant interaction was found between walking speed plus home adaptations and performance of daily living activities (PR 3.42; 95%CI: 1.04 to 11.29). The probability of independence was 40% among slow walkers (< 0.4 m/s), increasing up to 70% among fast walkers (> 0.8 m/s), and to 90% among those who also have home adaptations. Faster walking speed combined with home adaptations was the main factor associated with long-term independence after stroke.