Este trabalho teve como objetivo principal o estudo do consumo alimentar em três localidades na cidade de São Paulo. Um inquérito alimentar foi realizado, nos meses de julho e agosto de 1993, junto a trinta e duas mulheres, apresentando características socioeconômicas distintas: 11 na Favela de São Remo (baixa renda), 11 na Vila Madalena (renda média) e 10 no Parque Continental (renda alta). Utilizou-se o método recordatório de 24 horas e o de freqüência alimentar, além de questões abertas sobre hábitos, práticas e estratégias alimentares. Observou-se semelhanças entre os grupos estudados, como por exemplo, o aumento do consumo de alimentos industrializados, o supermercado como principal local de compra de alimentos, a importância dada à carne, às frutas e aos legumes, a preferência por alimentos frescos em relação aos industrializados, as substituições ligadas à evolução dos preços dos alimentos e/ou preocupações com a saúde. Por outro lado, prevaleceu a diferenciação do consumo em função das condições socioeconômicas das famílias, verificada pela maior diversificação alimentar com a elevação da renda, com diferenças significativas (p<0,05) entre o grupo de menor renda e os demais, principalmente, quanto ao consumo de derivados do leite e de legumes em conserva.
The principal objective of this study was an assessment of food consumption in three localities within the city of São Paulo. A food inquiry was undertaken in the months of July and August, 1993, involving thirty-two women who presented distinct socio-economic characteristics: eleven from São Remo shanty-town (low income), eleven from Vila Madalena (medium income) and ten from Parque Continental (high income).The 24-hour recall and the eating frequency methods were used, as well as open questions about eating habits, practices and strategies. Similarities were observed among the groups studied: for example, the increase in the consumption of industrialized food-stuffs, the supermarket as the principal shopping place, the importance given to meat, fruits and vegetables in the diet, the preference for fresh foods rather than industrialized ones, and changes related to the shifts in the prices of food-stuffs and/or to the preoccupation with health. On the other hand, the differentiation of consumption due to the socioeconomic status of the families prevailed, evidenced by the greater diversification in food-stuffs consumed in accordance with the position on the income scale, with significant differences (p<0,05) between the lowest income group and the others, mainly regarding the consumption of dairy products and vegetable conserves.