A resistência a várias classes de agentes antimicrobianos é uma característica marcante dos enterococos observada em diferentes regiões geográficas. Informações sobre amostras isoladas na região sul do Brasil ainda são limitadas. No presente estudo, 455 enterococos isolados consecutivamente de pacientes moradores na cidade de Porto Alegre, Brasil, foram identificados ao nível de espécie e testados em relação a sua sensibilidade aos antimicrobianos através de testes de difusão em agar. As espécies mais freqüentes foram E. faecalis (92,8%), seguidas por E. faecium (2,9%), E. gallinarum (1,5%), E. avium (1,1%), E. hirae (0,7%), E. casseliflavus (0,4%), E. durans (0,4%) e E. raffinosus (0,2%). Os testes de sensibilidade revelaram que 62,0% das amostras foram resistentes à tetraciclina, 42,6% à eritromicina, 24,8% ao cloranfenicol, 22,6% à ciprofloxacina, 22,0% à norfloxacina, 3,5% à ampicilina e 3,5% á nitrofurantoína. Resistência a níveis elevados de aminoglicosídeos foi encontrada em 37,8% das amostras, com 23,5% sendo resistente à gentamicina, 14,3% à estreptomicina e 2,8% a ambos gentamicina e estreptomicina. Nenhuma amostra com resistência adquirida à vancomicina ou produtora de b-lactamase foi encontrada. Os resultados indicam um significante percentual de amostras resistentes a diferentes antimicrobianos, apontando a necessidade de estratégias de controle para evitar a disseminação de cepas resistentes e de vigilância contínua para a detecção de características emergentes de resistência.
Resistance to several classes of antimicrobial agents is a remarkable characteristic of enterococcal strains increasingly reported worldwide. Information about strains isolated in the southern region of Brazil is still limited. In this study, a total of 455 consecutive enterococcal isolates recovered from patients living in Porto Alegre, Brazil, were identified at species level and evaluated for their antimicrobial susceptibilities by agar diffusion testing. The most frequent species was E. faecalis (92.8%), followed by E. faecium (2.9%), E. gallinarum (1.5%), E. avium (1.1%), E. hirae (0.7%), E. casseliflavus (0.4%), E. durans (0.4%), and E. raffinosus (0.2%). According to the results of disk tests 62.0% of the strains were resistant to tetracycline, 42.6% to erythromycin, 24.8% to chloramphenicol, 22.6% to ciprofloxacin, 22.0% to norfloxacin, 3.5% to ampicillin, 3.5% to nitrofurantoin. High level resistance to aminoglycosides was found in 37.8% of the isolates, with 23.5% being resistant to gentamicin, 14.3% to streptomycin, and 2.8% to both gentamicin and streptomycin. No vancomycin resistant or b-lactamase producing isolates were found. The results indicate that a significant percentage of isolates are resistant to different antimicrobials, pointing out the need for control strategies to avoid dissemination of resistant isolates and for continuous surveillance for the detection of emerging resistance traits.