RESUMO O objetivo do estudo foi verificar a aplicabilidade do Test of Infant Motor Performance (TIMP) em recém-nascidos (RN) cirúrgicos como ferramenta para avaliação do desempenho motor; e avaliar o benefício da fisioterapia. RN cirúrgicos, divididos em grupo sem fisioterapia motora (n=38) e com fisioterapia motora (n=38), foram avaliados pelo TIMP e reavaliados duas semanas depois. O grupo com fisioterapia realizou exercícios para estimulação sensório-motora uma vez ao dia, enquanto o grupo sem fisioterapia recebeu os cuidados habituais da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). O diagnóstico cirúrgico predominante nos dois grupos foi de gastrosquise, seguido de hérnia diafragmática congênita. Na avaliação, não houve diferença no desempenho motor entre os grupos, classificados como “abaixo da média” para a idade, com escore-z=−1,28 (p=0,992). Na reavaliação, o grupo com fisioterapia apresentou melhor pontuação (p<0,001) e maior diferença de escore (p<0,001), com uma porcentagem maior de RN classificados como “dentro da média” em comparação ao grupo sem fisioterapia (44% e 2,6%, respectivamente); além de maior porcentagem de ganho de peso (p=0,038). Na reavaliação, verificou-se piora do desempenho motor em 10,5% do grupo sem fisioterapia (p<0,001), enquanto a melhora do desempenho motor foi observada em 81,6% do grupo com fisioterapia e em apenas 13,2% do grupo sem fisioterapia (p<0,001). Concluiu-se que o TIMP foi aplicado de forma segura e eficaz e necessita ser realizado por profissionais experientes na abordagem dessa população. A fisioterapia motora melhorou significativamente o desempenho motor, e, se iniciada precocemente, pode ser capaz de adequar o desenvolvimento motor desses RN, antes mesmo da alta hospitalar.
ABSTRACT This study aimed to verify the applicability of the Test of Infant Motor Performance (TIMP) in surgical neonates as a tool for evaluating motor performance and to evaluate the benefit of physical therapy. Surgical neonates, divided into group without physical therapy (n=38) and group with motor physical therapy (n=38), were evaluated by TIMP and reasssment two weeks later. The physical therapy group performed standardized exercises for motor sensory stimulation once a day, whereas the other group received the usual care from the Neonatal Intensive Care Unit. The predominant surgical diagnosis in both groups was gastroschisis, followed by congenital diaphragmatic hernia. In the initial evaluation, motor performance was equal between the groups, classified as “below average” for age, with z-score=−1.28 (p=0.992). In the reassessment, the physical therapy group presented better scores (p<0.001) and a higher difference in z-score (p<0.001), higher percentage of neonates classified as “within average” (44% in the physical therapy group and 2.6% in the no physical therapy group), as well as a higher weight gain percentage (p=0.038). We found a worsening of motor performance in 10.5% of the no physical therapy group (p<0.001) in the reassment. Motor performance improved in 81.6% of the physical therapy group and in only 13.2% of the no physical therapy group individuals (p<0.001). Conclusion: TIMP was safely and effectively applied to newborns; notably, the test must be performed by professionals experienced in care of neonates. Motor intervention was beneficial, significantly improving motor performance, and if applied early, it may adequate the motor development of these neonates, even before hospital discharge.
RESUMEN El objetivo de este estudio fue verificar la aplicabilidad del Test of Infant Motor Performance (TIMP) en recién nacidos quirúrgicos (RN) como una herramienta de evaluación del desempeño motor, y analizar el beneficio de la fisioterapia. Los RN quirúrgicos, divididos en los grupos sin fisioterapia motora (n=38) y con fisioterapia (n=38), fueron evaluados por el TIMP y reevaluados dos semanas después. El grupo con fisioterapia realizó ejercicios de estimulación sensoriomotora una vez al día, mientras que el grupo sin fisioterapia recibió la atención habitual de la Unidad de Cuidados Intensivos Neonatal (UCIN). El diagnóstico quirúrgico predominante en ambos grupos fue el de la gastrosquisis, seguido de hernia diafragmática congénita. En la evaluación, no hubo diferencia en el desempeño motor entre los grupos, clasificados como “por debajo del promedio” para la edad, con puntaje -z=−1,28 (p=0,992). En la reevaluación, el grupo con fisioterapia tuvo mejor puntuación (p<0,001) y mayor diferencia de puntaje (p<0,001), con mayor porcentaje de RN clasificados como “dentro de la media” en comparación con el grupo sin fisioterapia (44% y 2,6%, respectivamente); además de un mayor porcentaje de ganancia de peso (p=0,038). En la reevaluación hubo un empeoramiento del desempeño motor en el 10,5% del grupo sin fisioterapia (p<0,001), mientras que se observó una mejora en el desempeño motor en el 81,6% del grupo con fisioterapia y solo en el 13,2% del grupo sin fisioterapia (p<0,001). Se concluyó que el TIMP se aplicó con seguridad y eficacia y que este debe ser realizado por profesionales con experiencia con esta población. La fisioterapia motora mejoró significativamente el rendimiento motor y, si se inicia precozmente, puede ser capaz de adaptar el desarrollo motor de estos RN, incluso antes del alta hospitalaria.