CONTEXTUALIZAÇÃO: A redução da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é considerada como um importante marcador de disfunção autonômica. OBJETIVOS: Avaliar a VFC em pacientes com doença arterial coronariana (DAC) e compará-los com sujeitos saudáveis. MÉTODOS: Cinquenta e dois homens (53±7,2 anos), divididos em três grupos, sendo dois grupos com obstrução coronariana (DAC+ com obstrução ≥50%, n=17 e DAC+ com obstrução ≥50%, n=18) e um grupo controle (GC, n=17). A frequência cardíaca (FC) foi captada batimento a batimento, a partir do Polar®S810i, em repouso supino, durante 15 minutos. A análise da VFC foi feita pelos cálculos da entropia de Shannon (ES) e pelos padrões da análise simbólica (0V e 2ULV%), relacionados à predominância simpática e vagal, respectivamente. A análise estatística incluiu o teste de Kruskal-Wallis e a análise multivariada (p<0,05) RESULTADOS:O grupo DAC+ apresentou menores valores de ES e 2ULV% e maior 0V quando comparado aos grupos DAC- e CG. Na análise multivariada, observou-se menor ES e maior 0V na presença das características clínicas prévias, como infarto e revascularização do miocárdio no grupo DAC+ comparado ao grupo DAC-. O uso de inibidores da enzima conversora de angiotensina contribuiu para maior ES do grupo DAC- comparado ao DAC+. CONCLUSÃO: Na DAC+ não complicada, os padrões da VFC apresentam menor complexidade, maior modulação autonômica simpática e menor modulação parassimpática comparativamente ao DAC- e ao GC em repouso supino. Esses resultados indicam que a disfunção autonômica cardíaca está relacionada ao grau de oclusão coronariana e ao comprometimento cardíaco.
BACKGROUND: A reduction in heart rate variability (HRV) is considered an important indicator of autonomic dysfunction. OBJECTIVES: The aims of this study were to evaluate the presence of autonomic dysfunction measured by HRV in patients with coronary artery disease (CAD) and to compare them with normal subjects. METHODS: A sample of 52 men (mean age 54±5.39 years) was allocated into three groups: obstructive CAD ≥50% (CAD+ n=18), obstructive CAD <50%, (CAD- n=17) and apparently healthy controls (CG n=17). Heart rate (HR) was measured at rest using a Polar®S810i for 15 min. HRV was analyzed via Shannon entropy (SE) and symbolic analysis (0V and 2ULV), which relate to sympathetic and vagal predominance, respectively. Statistical analysis included the Kruskal-Wallis test and multivariate analysis (p<0.05). RESULTS: The CAD+ group presented lower SE and 2ULV% values and higher 0V% compared to CAD- and control groups (p<0.05). In the multivariate analysis, the presence of the clinical characteristics such as myocardial infarction and revascularization in the CAD+ group lead to a lower SE and higher 0V compared to the CAD- group. The use of angiotensin converting enzymes led to a higher SE in the CAD- group compared to the CAD+ (p<0.05). CONCLUSION: In uncomplicated CAD+ patients the patterns of HRV have a lower complexity, a greater sympathetic modulation and a lower parasympathetic modulation compared to CAD- and control groups in supine resting conditions. These results indicate that autonomic heart dysfunction is related to the degree of coronary occlusion and cardiac compromise.