O corte e queima são um dos tipos de perturbação predominante na floresta Atlântica montana no Sudeste do Brasil. A análise de uma cronosseqüência de regeneração (10, 18, 40 anos e floresta madura) corrobora a hipótese de que as características da floresta se transformam em diferentes velocidades em direção aos valores observados na floresta madura. Em ordem decrescente de velocidade, a floresta, após corte e queima, restaura a riqueza e a diversidade de espécies arbóreo-arbustivas, a composição de guildas, a composição florística (importância relativa das famílias) e, por último, os atributos da estrutura física, com exceção da densidade de indivíduos. A floresta com 40 anos apresentou entre 38,8% e 117,1% dos valores observados na floresta madura, sugerindo que esta se regenera dentro do padrão observado para o conjunto das florestas tropicais. Além da intensidade de perturbação, determinadas características dessa floresta montana, como o tamanho médio de diásporos e a importância relativa de grupos dispersores, podem conferir-lhe maior resiliência. As transformações florísticas direcionais, observadas durante a regeneração, podem ser descritas através de modelos sucessionais compostos por quatro ou cinco fases, dependendo da intensidade de perturbação. Nesses modelos, as espécies dominantes pertencem aos gêneros Imperata, Pteridium, Baccharis, Tibouchina e Alchornea.
Slash-and-burn has been the main kind of disturbance in the Atlantic montane forest. We analyzed the change in vegetation structure, woody species composition, species richness and diversity and plant guild composition after the cutting and burning of a mature forest. According to our results the rate of vegetation change is related to the forest attribute analyzed. In the first moment, the disturbed forest had the species richness and diversity restored, followed by plant guild composition, species composition and finally its physical structure. A forty year old forest site showed between 38.8% and 117.1% of the values recorded in the mature site, suggesting that this forest regenerates following patterans observed in other tropical forests. In addition to disturbance intensity, this montane forest has particular features as the average size of diaspores and tree species richness, which are thought to provide this forest higher resilience. Changes in woody species composition can be described by successional models formed by three or four stages, depending on the disturbance intensity. Models are characterized by pioneer species of Imperata, Pteridium, Baccharis, Tibouchina and Alchornea genera.