Acompanhou-se o desenvolvimento de populações de Hyptis suaveolens (L.) Poit. (Labiatae) em três localidades paulistas: Horto Florestal de Sumaré, Câmpus da UNICAMP (Campinas) e Fazenda Santa Genebra (Distrito de Barão Geraldo, Campinas), em 1981-83. Em cada local, escolheu-se uma população exposta à luz e outra, à sombra, com o objetivo de verificar em que fase do ciclo de vida as populações se tornavam mais suscetíveis ao ataque de herbívoros; de estimar a abundância dos herbívoros naturais e seus efeitos nas populações e a conseqüência da variação química dos monoterpenos que nelas ocorrem sobre os herbívoros. As populações tornavam-se mais suscetíveis aos herbívoros no período que antecedia a floração. Não se observou forte ataque de herbívoros nessa fase, embora se apresentassem em maior densidade. Os resultados sugerem que a variação na composição química possa afetar o desenvolvimento de herbívoros generalistas. No entanto, o Pyrausta insignatalis Guenée (Lep.-Pyralidae-Pyraustinae), provavelmente bem adaptado à planta, parece não ter sido afetado por esses terpenos. Não se detectaram diferenças entre populações expostas ao sol ou à sombra. Tais resultados apóiam a idéia de que a variabilidade química dentro de populações vegetais é importante estratégia de defesa contra herbívoros, dificultando-lhes a especialização.
Populations of Hyptis suaveolens (L.) Poit. (Labiatae) were accompanied during their development in three sites: Horto Florestal de Sumaré, Campus of UNICAMP (Campinas), and Fazenda Santa Genebra (Distrito de Barão Geraldo, Campinas), all in the State of São Paulo, Brazil, from 1981 through 1983. At each site, a population exposed to full sunlight and another in the shade were studied. The objective was to evaluate, during plant development, the period when they were more susceptible to attack by herbivores; to consider the abundance of herbivores, and the role of variation in the chemistry of monoterpenes in the development of herbivores. Populations were more susceptible to attack by herbivores in the period preceding flowering. Heavy herbivore damage was not detected during this period, in spite of higher herbivore densities. The results suggest that the variation in chemical composition probably has an effect on the development of generalist herbivores. On the other hand, Pyrausta insignatalis Guenée (Lep.-Pyralidae-Pyraustinae) is probably well adapted to the plant and appears to be resistent to the terpenes. Differences in chemistry and differences in protection against herbivores were not observed between populations in sunny and shady sites. The results support an important role for genetic variability in populations in protection against herbivory and inhibition of specialization.