RESUMO Objetivo: Avaliar a percepção visual e estética do espaço negro entre os incisivos centrais superiores, via rastreamento do olhar e escala visual analógica (EVA). Métodos: Manipulou-se o espaço negro entre os incisivos centrais superiores, para ambos os sexos, da seguinte forma: imagem controle, espaço negro de 1 mm, espaço negro de 2 mm e espaço negro de 3 mm. Participaram desse estudo noventa avaliadores, divididos em três grupos: 30 leigos, 30 cirurgiões-dentistas e 30 ortodontistas. Após a calibração visual de cada observador, foram projetadas oito fotografias no software OGAMA® em conjunto com o hardware The Eye Tribe®. O OGAMA gerou informações do rastreamento do olhar de cada avaliador com relação ao tempo até a primeira fixação, mapa de calor, trajetória do olhar e tempo total de fixação para avaliar as áreas consideradas de interesse, de acordo com os avaliadores. Posteriormente, utilizou-se a EVA para avaliar as imagens a partir de um álbum, em uma escala de 0 a 10 pontos. Resultados: Os olhos e a boca foram as áreas com maior fixação pelos avaliadores, de acordo com os mapas de calor. Os resultados estatísticos não apresentaram diferença estatisticamente significativa entre os três grupos de avaliadores (p> 0,05), quanto ao tempo até a primeira fixação. Porém, em relação ao tempo de fixação na boca, observou-se diferença estatisticamente significativa (p< 0,05) na comparação dos três grupos. Conclusão: O espaço negro apresentou um efeito negativo na percepção estética da face. O aumento de fixação na boca correspondeu ao aumento do tamanho do espaço negro.
ABSTRACT Objective: To study the influence of black space between the maxillary central incisors on the aesthetic visual perception of the face, via eye-tracking and visual analogue scale (VAS). Methods: Black space between the central incisors was created, for both sexes, as follows: control, 1-mm black space, 2-mm black space and 3-mm black space. Ninety raters participated in this study, divided into three groups: 30 laypeople, 30 nonorthodontists, and 30 orthodontists. After the visual calibration of each observer, eight photographs were presented in the Ogama® software concomitant with the use of the hardware The Eye Tribe®. Ogama generated information depending on the eye-tracking of each rater, regarding the time until the first fixation, time of fixation, heatmap, scanpath, and total time of fixation, to evaluate the areas deemed to be of interest according to the raters. Later on, the VAS was used, where each rater evaluated the images in an album on a scale of zero to 10 points. Results: The eyes and mouth were the areas more often noticed by the raters according to the heatmaps, while no significant difference was observed in time until the first fixation between the three groups of raters (p> 0.05). However, regarding the time of fixation on the mouth, a significant difference was observed (p< 0.05) when comparing the three groups. Conclusion: Black space has a negative effect on the aesthetic perception of the face. The amount of attention on the mouth is correspondent to the size of the black space.