OBJETIVO:Comparar o resultado funcional e anátomo-patológico entre o transplante de células mioblásticas e cardíacas no infarto do miocárdio. MÉTODO: Realizado infarto da parede ântero-lateral do ventrículo esquerdo em 26 ratos Wistar, com ligadura da artéria coronária esquerda. Após cinco dias, os animais foram submetidos a ecocardiografia transtorácica para cálculo dos volumes sistólico (VSFVE) e diastólico (VDFVE) finais e da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE). Os animais foram divididos em três grupos: 1) controle (n=10), 2) células cardíacas adultas (n=8) e 3) células musculares esqueléticas adultas (n=8). Sete dias após o infarto do miocárdio, os animais foram reoperados por esternotomia mediana, sendo identificada a região de fibrose no ventrículo esquerdo e nela, injetado 0.15ml de meio de cultura no grupo I, 8.5x106/0.15ml de células cardíacas heterólogas no grupo II e 8.5x106/0.15ml de células musculares esqueléticas heterólogas no grupo III. Todos os animais receberam ciclosporina (15mg/kg/dia). Após dois meses do transplante, realizou-se nova ecocardiografia avaliando os mesmos parâmetros. RESULTADOS: Após dois meses do transplante celular, o grupo I apresentou um decréscimo da FEVE (48.18% vs. 33.25% p=0.0003), sendo que houve um acréscimo dos VSFVE e VDFVE (0.308ml vs. 0.536ml p=0.026 e 0.597ml vs. 0.776ml p=0.054, respectivamente). No grupo II houve uma estabilização da FEVE (42.48% vs. 41.31% p=0.4968, respectivamente) e um discreto aumento do VDFVE (0.602ml vs. 0.771ml p=0.0711). O VSFVE variou de 0.358ml a 0.450ml p=0.0400. O grupo III apresentou um acréscimo da FEVE, VDFVE e VSFVE (40% vs. 47.35% p=0.0142, 0.643ml vs. 0.931ml p=0.0026 e 0.388ml vs. 0.491ml p=0.0557 (sem significância), respectivamente. O GIII apresentou um maior valor, considerado estatisticamente significativo, da fração de ejeção do ventrículo esquerdo, em comparação ao GI e ao GII (47.35% + 6.89% vs. 41.31% + 8.46% vs. 33.25% + 12.41% p=0.0200, respectivamente). Identificou-se uma diferença estatisticamente significativa da fração de ejeção do ventrículo esquerdo entre o GIII e o GI, após dois meses do transplante (47.35% + 6.891% vs. 33.25% + 12.41% p=0.0213, respectivamente). Identificou-se uma diferença da fração de ejeção, após dois meses, entre o GIII e o GII, todavia não foi considerada estatisticamente significativa (47.35% + 6.891% vs. 41.31% + 8.46% p= 0.481, respectivamente). Também se identificou uma diferença deste mesmo parâmetro entre o GII e o GI, mas sem ser significativa (41.31% + 8.461% vs. 33.25% + 12.41% p=0.245, respectivamente). CONCLUSÃO: As células mioblásticas mantiveram suas características morfológicas após o transplante no infarto do miocárdio. Os fibroblastos foram as células encontradas em maior quantidade, durante o processo de cultura celular no grupo das células cardíacas. Após dois meses do transplante das células, houve uma melhora significativa da FEVE do grupo III em comparação ao grupo I, uma preservação da contratilidade ventricular no grupo III e uma estabilização da fração de ejeção do grupo II.
OBJECTIVE: To analyze the functional results of adult skeletal muscle cell and cardiac cell transplantations in the hearts of rats that have suffered an infarct. METHOD: An infarct of the anterolateral wall of the left ventricle was provoked, by left lateral thoracotomy and posterior legation of the left coronary artery. After five days the animals were submitted to a transthoracic echocardiography to evaluate the systolic (LVFSV) and diastolic volumes (LVFDV) of the left ventricle and the left ventricle ejection fraction (LVEF). After that, the animals were divided in three groups: 1) control (n=10), 2) adult cardiac cells (n=8) and 3) adult skeletal muscle cells (n=8). Seven days after the myocardium infarct, all the animals were operated on again by median sternotomy, identifying the region with fibrosis and conducting the injection of 0.15 ml of a culture in group I, 8.5x10(6)/0.15 ml, of heterologous skeletal muscle cells in group III, and 8.5x10(6)/0.15 ml of heterologous adult cardiac cells in group II. All animals received cyclosporin (15mg/kg/day). After two months, an echocardiography was conducted on all mice, assessing the same parameters. RESULTS: Two months after transplantation, group I presented a decrease in the LVEF (48.18% + 9.95% vs. 33.25% + 12.41% p=0.0003), with an increase of the LVFSV and the LVFDV (0.308 ml + 0.072 ml vs. 0.536 ml + 0.228 ml p=0.0026 and 0.597 ml + 0.098 ml vs. 0.776 ml + 0.187 ml p=0.0540, respectively). In group II, there was an stabilization of the LVEF (42.48% + 7.83% vs. 41.31% + 8,46% p=0.4968, respectively) an increase in the LVFDV and LVFSV (0.602 ml + 0.203 ml vs. 0.771 ml + 0.110 ml p=0.0711 and 0.358 ml vs. 0.450 ml p=0.0400, respectively). Group III presented an increase on the LVEF, LVFSV and LVFDV (40% + 5.69% vs. 47.35% + 6.89% p=0.0142, 0.643 ml + 0.103 vs. 0.931 ml + 0.226 p=0.0026 and 0.388 ml + 0.082 vs. 0.491 ml + 0.149 ml p=0.0557, respectively). CONCLUSION: Two months after cell transplantation, there was a significant improvement in the LVEF in group III, when compared to group I, and there was a preservation of the ventricular contractility and a stabilization of LVEF in group II.