RESUMO A expansão da silvicultura no Brasil e as consequentes práticas intensivas para o preparo do solo, com elevada demanda por fertilizantes, requerem ações de manejo nutricional sustentável dos sítios florestais. O objetivo do presente trabalho foi quantificar a biomassa e o estoque de micronutrientes, em um povoamento de Eucalyptus dunnii, aos 60 meses de idade, estabelecido em Alegrete, Rio Grande do Sul. O povoamento foi implantado em solo do tipo Argissolo Vermelho Distrófico típico, com baixa fertilidade natural e textura variando entre franco-arenosa e franco-argilo-arenosa. Para a amostragem da biomassa, doze árvores foram abatidas e seccionadas ao nível do solo, onde posteriormente houve o fracionamento nos componentes: raízes, folhas, galhos, casca do tronco e madeira do tronco, com determinação de massa seca e teores de micronutrientes. Verificou-se que a biomassa total do povoamento foi de 67,49 Mg ha-1, com sequência decrescente de alocação de massa na ordem de: madeira do tronco > raízes > casca do tronco > galhos > folhas. O estoque total de micronutrientes B, Cu, Fe, Mn e Zn na biomassa foi de 562,57; 401,46; 9.913,28; 31.877,82 e 766,96 g ha-1 respectivamente. Constatou-se maior acúmulo de zinco na madeira do tronco, elevado acúmulo de manganês especialmente na casca do tronco e de ferro nas raízes. Em função dos níveis de micronutrientes alocados na biomassa, enfatiza-se à prática de manutenção dos resíduos florestais no sítio após a colheita, indispensáveis para a nutrição florestal, que através da ciclagem de nutrientes propiciam a conservação da fertilidade.
ABSTRACT The expansion of silviculture in Brazil, and the consequent intensive practices for soil preparation with high demand for fertilizers require sustainable nutrient management of forest sites. The objective of this study was to quantify the biomass and the micronutrient stocks of a 60-month-old Eucalyptus dunnii stand established in Alegrete, Rio Grande do Sul. The stand was established in a Rhodic Paleudult soil with low fertility and texture varying between sandy loam and sandy-clay loam. For the sampling of stand biomass, twelve trees were harvested, sectioned at ground level, and subsequently fractionated into the components roots, leaves, branches, stembark and stemwood to determine the dry mass and micronutrient content. The total biomass of the stand was 67.49 Mg ha-1, with mass allocation in descending order from: stem wood > root > bark > branches > leaves. Total micronutrient stocks for boron (B), copper (Cu), iron (Fe), manganese (Mn) and zinc (Zn) were 562.57, 401.46, 9913.28, 31877.82, and 766.96 g ha-1, respectively. In addition, we found greater accumulation of Zn in the wood, high Mn accumulation especially in the bark, and high Fe content in the roots. Therefore, based on these micronutrient levels and their allocation between biomass fractions, we emphasize that the practice of retaining forest residues on-site after harvest is essential for forest nutrition through nutrient cycling and for soil conservation and fertility.