Resumo O vírus Oropouche (OROV), agente etiológico da febre Oropouche, está circulando em diversos países da América do Sul e América Central desde 1955. No Brasil, a doença passou muitos anos restrita à região Norte, porém, a partir de 2023 está sendo confirmada em quase todos os estados brasileiros. O objetivo desse artigo foi atualizar o estado da arte e alertar sobre o risco da transmissão vertical do OROV. O vírus é uma arbovirose transmitida, principalmente, pelo mosquito da espécie Culicoides paraenses, popularmente chamado de maruim ou mosquito-pólvora. Recentemente, foi observada a possibilidade de transmissão vertical da gestante para o feto, com relatos de casos confirmados de abortamento, morte fetal ou malformações congênitas como a microcefalia. Poucos são os estudos que sugerem a transmissão vertical do OROV, sendo necessárias pesquisas com um maior número de gestantes que comprovem essa associação. Porém, as evidências atuais, mesmo que sendo consideradas de nível fraco, são suficientes para sugerir que os profissionais da saúde e as gestantes estejam informadas dessa possibilidade e tentem prevenir o contato com o mosquito transmissor, além da necessidade de as autoridades de saúde combaterem os focos de reprodução. OROV , (OROV) 1955 Brasil Norte porém 202 brasileiros transmitida principalmente paraenses mosquitopólvora. mosquitopólvora pólvora. pólvora mosquito-pólvora Recentemente feto abortamento microcefalia associação Porém atuais fraco transmissor reprodução (OROV 195 20 19 2 1
Abstract The Oropouche virus (OROV), the etiologic agent of Oropouche fever, has been circulating in several South American and Central American countries since 1955. In Brazil, the disease spent many years restricted to the North region, but since 2023 it has been confirmed in almost all Brazilian States. The aim of this article was to update the state of the art and warn about the risk of vertical transmission of OROV. The virus is an arbovirus transmitted mainly by the Culicoides paraenses mosquito, popularly known as the maruim or gunpowder mosquito. Recently, the possibility of vertical transmission from the pregnant woman to the fetus has been observed, with reports of confirmed cases of miscarriage, fetal death or congenital malformations such as microcephaly. Few studies suggest vertical transmission of OROV, and research with a larger number of pregnant women is needed to prove this association. However, the current evidence, although considered weak, is sufficient to suggest that health professionals and pregnant women should be informed of this possibility and try to prevent contact with the transmitting mosquito, in addition to the need for health authorities to combat breeding sites. OROV , (OROV) fever 1955 Brazil region 202 States mosquito Recently observed miscarriage microcephaly association However evidence weak sites (OROV 195 20 19 2 1