A trombina exerce um papel fundamental na conversão do fibrinogênio em fibrina, no processo de coagulação. O fator X ativado transforma a protrombina em trombina e fragmento 1+2 da protrombina (F1+2). Os níveis plasmáticos de F1+2 refletem a geração de trombina e podem ser usados como um marcador de hipercoagulabilidade in vivo, já que a trombina é uma substância instável e facilmente degradada, que não pode ser medida diretamente no plasma. O presente estudo teve como objetivo determinar os níveis plasmáticos do F1+2 de um grupo de indivíduos submetidos à angiografia coronariana, buscando estabelecer a possível correlação entre este parâmetro e a gravidade da doença arterial coronariana (DAC). Os níveis plasmáticos do F1+2 foram determinados em amostras de sangue de 17 indivíduos com ausência de ateromatose nas coronárias (controles), 12 indivíduos apresentando ateromatose leve/moderada e 28 indivíduos apresentando ateromatose grave, utilizando-se o conjunto diagnóstico Enzignost F1+2 (Behring® Diagnostics GmbH, Marburg, Germany). Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre as médias dos três grupos para o parâmetro avaliado. Portanto, as médias obtidas nos três grupos para os níveis plasmáticos de F1+2 não sinalizam para a existência de um estado de hipercoagulabilidade na população estudada. Entretanto, 73,7% dos indivíduos faziam uso regular de ácido acetilsalicílico, o que pode ter influenciado nos resultados de F1+2, uma vez que este medicamento promove a inibição da enzima ciclooxigenase, diminuindo a liberação de tromboxane A2 e a agregação plaquetária. Portanto, presume-se que a redução da ativação plaquetária poderia estar contribuindo para uma menor formação de trombina e, conseqüentemente, diminuindo o potencial de hipercoagulabilidade.
Thrombin plays a basic role in the conversion of fibrinogen to fibrin in the coagulation process. Activated factor X transforms the prothrombin into thrombin and breaks up prothrombin fragment 1+2 (F1+2). F1+2 plasma levels reflect the thrombin generation and can be used as in vivo markers of hypercoagulability since the thrombin is an unstable and easily degraded substance that cannot be directly measured in the plasma. The present study aims at determining the F1+2 plasma levels of a group of subjects undergoing coronary angiography, attempting to establish a possible correlation between this parameter and the severity of the coronary artery disease. F1+2 plasma levels were determined in blood samples of 17 subjects with absence of atheromatosis in coronary arteries (controls), 12 subjects presenting mild/moderate atheromatosis and 28 subjects presenting severe atheromatosis, using the Enzignost F1+2 (Behring® Diagnostics GmbH, Marburg, Germany) diagnostic Kit. Significant differences between the averages for the three groups in respect to the evaluated parameters were not found. Therefore, F1+2 plasma level averages for the three groups did not point to a state of hypercoagulability in the studied population. However, 73.7% of the individuals were taking acetylsalicylic acid, which may have influenced the F1+2 plasma levels, considering that this medicine promotes the inhibition of the enzyme cyclo-oxygenase, diminishing the release of thromboxane A2 and the platelet aggregation. Therefore, it is presumed that platelet activation reduction could be contributing to a lower formation of thrombin and, consequently, diminishing the hypercoagulability potential.